Após sofrer racismo, Tinga se mostra indignado e ganha apoio de Dilma

Após sofrer racismo, Tinga se mostra indignado e ganha apoio de Dilma
Diário 24 Horas
Por Diário 24 Horas

Na última quarta-feira (12) uma cena extremamente lamentável aconteceu durante a partida disputada entre Cruzeiro e Real Garcilaso, do Peru, onde os torcedores da equipe da casa resolveram imitar sons de macaco quando Tinga tocava na bola. O confronto era válido pela Taça Libertadores da América e, apesar da derrota do clube mineiro por 2 a 1, o único fato em evidência no mundo inteiro foi a atitude da torcida local. 

Até presidente Dilma Rousseff, ao ficar sabendo sobre o ocorrido, utilizou sua conta no Twitter para comentar o caso. “Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem [quarta], no Peru. (...) Ao sair do jogo, Tinga disse q trocaria seus títulos por um mundo c/ igualdade entre as raças”, escreveu. 

Ela também afirmou que o brasil está “fechado” com o atleta do Cruzeiro. “Acertei com a ONU e a FIFA, que a nossa #CopaDasCopas também será a #CopaContraORacismo”, publicou a presidente brasileira. 

O volante de 36 anos entrou na partida aos 21 minutos do segundo tempo, no lugar de Ricardo Goulart, e logo quando pisou no gramado, a torcida iniciou a provocação racista e completamente desnecessária. 

Logo após o apito final, Tinga lamentou bastante o que aconteceu, em um tom de indignação e decepção com as atitudes que o ser humano ainda pode cometer em pleno 2014. 

“A gente fica muito chateado, tenta esquecer ali dentro, tenta competir, mas a gente fica muito chateado de acontecer isso em pleno 2014, acontecer uma coisa dessa em um país tão perto da gente. Infelizmente aconteceu. Eu joguei alguns anos na Alemanha e nunca aconteceu isso e, de repente, aqui, um país tão próximo, tão parecido com a gente, cheio de mistura, acontece uma coisa dessas”, disse o jogador. “Eu queria, se pudesse não ganhar nada e ganhar este título contra o preconceito, eu trocaria todos os meus títulos por uma igualdade em todas as áreas, em todas as classes”, acrescentou. 

Em entrevista à Rádio Itatiaia, Tinga continuou seu pronunciamento a respeito do ato racista que sofreu no Peru, afirmando que, inicialmente, imaginou que os gritos eram pelo fato de ele já ter participado de outras Libertadores.  

“No começo, achei que era por já ser conhecido de outras Libertadores. No começo, achei que era isso. Depois que vi que eram insultos racistas. Fiquei um pouco chateado, mas estamos focados em ganhar. A gente fica bem chateado. Queria dar uma resposta dentro de campo. Joguei quatro anos na Alemanha, nunca aconteceu isso. De repente, num país tão próximo, tão parecido com a gente pela mistura, acontece isso”, disse o volante. 

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