Internautas repercutem frase polêmica de Renato Aragão
O humorista cedeu uma entrevista à edição brasileira da revista masculina PlayBoy.
Apesar de ser eterno e consagrado na mídia brasileira, Renato Aragão também coleciona alguns feitos que o tornam desagradável para muitos internautas. Recentemente, o humorista declarou que homossexuais e negros sabiam que as piadas feitas sobre eles, antigamente, eram apenas de brincadeira, enquanto hoje tudo soa como preconceituoso.
"Naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam. Elas sabiam que não era para atingir, para sacanear", disse o humorista, que reclamou da atual luta ética contra o humor politicamente incorreto.
"Na época, a gente fazia como uma brincadeira. Era uma brincadeira de circo entre mim e o Mussum (1941-1994). Como se fôssemos duas crianças em casa brincando. A intenção não era ofender ninguém. Hoje, todas as classes sociais ganharam a sua área, a sua praia, e a gente tem que respeitar muito isso", disse o humorista à revista Playboy de janeiro, que chega às bancas nesta terça (6).
Alguns usuários de redes sociais comentaram a frase do eterno Didi. "Passou a vida ganhando dinheiro diminuindo as minorias, agora vem com essa conversa que era brincadeira. Se era só uma brincadeira porque não fez mais sucesso? Chico Anysio e Jô Soares continuaram fazendo rir e ganhando muito dinheiro. Ele é tão vazio de opinião, que até hoje não percebeu que o que ele fazia não tinha justificativa, que nunca teve e nunca vai ter", disse um internauta.
Outros, contudo, apenas discutiram racionalmente a frase, abrindo uma discussão sobre o assunto. "Pois é Renato, eu não sei se mudou para melhor ou pior. Na minha época não existia esse tal de bully era apelido mesmo e todos tínhamos um na escola. Era cabeção, Olivia palito, negão, amarelo, orelhudo, gordinho dentuço e ninguém ficava traumatizado ou se matava por isso. O máximo que acontecia era fazer queixa uns as mães dos outro e no final todos tomar uma bela de uma surra de cinto e por incrível que isso possa parecer, a mãe não era presa nem processada pelo estado por está agredindo o filho, todos intendiam que isso era educar. Pois é as coisa mudaram a cada dia existem mais movimentos, mais pessoas politicamente corretas e o munda a cada dia pior mais violento e com mais barbares", disse uma usuária.
De contrato renovado com a Globo até 2017, Renato Aragão se incomoda quando ouve críticas contra a emissora, principalmente ao programa beneficente Criança Esperança, do qual é padrinho. Mesmo sem programa fixo, o humorista revela à publicação que não tolera quando falam mal da rede.
"O programa explode e é: 'Ah, por que a Globo, em vez de fazer aquele programa, não doa o dinheiro para o povo?' É cruel isso. Me incomoda muito quando falam da Globo. Eu não admito que falem mal da Globo", confessa o humorista.
Renato Aragão diz não se incomodar com as críticas ao trabalho dele como Trapalhão. Para o humorista, muitas pessoas detonavam os filmes de Didi, Dedé Santana, Mussum e Zacarias (1934-1990) sem ao menos ver o conteúdo.
"Eu nunca liguei para isso, nem vou ligar. Tinha gente que criticava meus filmes sem assistir! Foi comprovado isso. Mas, quanto mais eles me malhavam, mas crescia o bolo, mais dava bilheteria. Os pseudocineastas ficavam umas araras porque os filmes deles não encostavam. Chegava um nordestino com um rolo compressor e passava por cima", comemorou. O eterno Didi completará 80 anos de idade no próximo dia 13 de janeiro.