Carnaval 2016: Furtos e brigas atrapalharam andamento do Cordão da Bola Preta
Briga e roubos teriam dado início a confusão durante desfile do tradicional bloco de Carnaval; a banda chegou a parar de tocar
Após a polêmica envolvendo a Musa da Manifestação, a edição 2016 do Carnaval segue com notícias envolvendo brigas e confusões. Uma série de roubos e furtos provocou vários focos de tumulto e brigas ao longo do bloco Cordão da Bola Preta neste sábado (6), no centro do Rio.
Por dez minutos, já na parte final do desfile, a banda chegou a parar de tocar até que a tranquilidade fosse restabelecida. Em outro incidente, houve uma interrupção porque alguns foliões arremessaram cubos de gelo na direção do trio e atingiram integrantes da banda. Até a publicação desta reportagem ainda não havia registro de feridos.
Segundo balanço da Polícia Militar, divulgado na noite deste sábado, seis pessoas foram detidas durante a passagem do bloco por crimes como desacato, agressão, roubo e furto.
Policiais do 4ª DP, no centro, tinham informado mais cedo que foram registrados 60 casos de roubos e furtos.
RECORDISTA
Fundado em 1918, o Cordão da Bola Preta é o bloco recordista de público no Rio de Janeiro e foi a principal atração deste sábado (6) com um desfile pelas ruas do centro.
Segundo estimativa da Riotur (empresa de turismo da prefeitura), 1 milhão de pessoas acompanharam a tradicional banda do bloco, que começou a tocar pouco depois das 10h e encerrou sua apresentação por volta das 14h.
Com fantasias nas cores preto e branco, a multidão se concentrou em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil e logo tomou as escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na rua 1º de março. Em função das obras públicas em curso na avenida Rio Branco, o percurso pelo centro da cidade foi alterado.
Com bom humor, as fantasias dos foliões fizeram referência à corrupção e também ao vírus da zika.
Às vésperas de completar 74 anos, Maria de Lourdes Pereira da Silva frequenta frequenta o Cordão há 13 anos.
Com a marchinha Quem não chora não mama na ponta da língua, a veterana levou para o desfile aquele que considera seu símbolo da sorte, um galo chamado Frederico, homenagem ao atacante do Fluminense Fred.
O bom humor reinou ainda em fantasias como a de Ricardo Marinho, 51, que recortou um círculo em sua camiseta branca perto da barriga, que contrastou com sua pele negra, fazendo uma alusão ao nome do bloco.
O Carnaval só começa com o Bola Preta. Que outro bloco arrasta 1 milhão de pessoas?, comentou Marinho.
Para escapar do tumulto, que costuma ser mais frequente na parte final do bloco, alguns foliões optaram por voltar mais cedo para casa.
O segredo é chegar bem cedo, curtir bastante e ir embora quando começa a ficar lotado, disse a carioca Regina Célia Tomé, 59, que desfila há mais de dez anos no Cordão do Bola Preta.
OUTROS BLOCOS
Até quarta-feira, cerca de 380 blocos devem somar mais de 2,6 milhões de foliões no Carnaval de rua da cidade, segundo estimativa da Riotur.
Céu na Terra, em Santa Teresa, e Bloco da Favorita, em Copacabana, foram outros dois destaques entre os 91 blocos autorizados a desfilar neste sábado. Neste domingo, outros 89 blocos desfilam pelas ruas do Rio. (FolhaPress)