"Draw e Brown": Mano Brown e Dráuzio Varella falam sobre a situação atual do país, que segundo o rapper está "feio e sem maquiagem"

Live desta última quarta-feira (24) contabilizou quase 30 mil espectadores.
Live desta última quarta-feira (24) contabilizou quase 30 mil espectadores.
Carol Souza
Por Carol Souza

Nesta última quarta-feira (24) o rapper Mano Brown, líder dos Racionais, participou de uma live com Dráuzio Varella. Intitulada "Drow e Brown", durante a transmissão ao vivo no canal oficial do médico e escritor, a dupla que falou, entre outros temas, sobre racismo, ascensão do rap e a atual pandemia do coronavírus, contabilizou quase 30 mil espectadores! 

Comentando sobre seu passado, suas vivencias como jovem negro e pobre, e suas dificuldades no início da carreira, Brown também refletiu sobre a atual situação política do Brasil. O rapper fez uma associação entre o racismo no Brasil e a política no país, dizendo que a estrutura do segundo, tem base na primeira, e que, por isso, "se desmontar o racismo, o país cai junto".

Comentando uma história contada por Dráuzio sobre a abordagem policial truculenta quando pegou uma carona com dois negros, Brown disparou: "Um branco no meio de dois negão é vitima, temos que proteger esse branco. O Brasil é isso aí". Em seu relato, Dráuzio disse que, apesar de dizer aos policiais que estava entre amigos, precisou quase que gritar, pois os agentes continuaram com a abordagem tratando os rapazes como suspeitos.

O médico ainda perguntou ao rapper sobre sua participação no antifascista em São Paulo, visto os elevados números de mortos e contaminados durante a pandemia, e Brown disse que apesar de ter a opinião dividida, a participação era "prioridade".

Brown disse que na verdade "a prioridade é a vida", mas que não podia não se posicionar diante da situação política atual. "Mas tinha que ir", disse ele, que ainda contou que foi "convocado" pelos colegas Dexter e Thaíde e lá, "quebrou a quarentena" e encontrou diversos amigos que se juntaram à manifestação.

“Torcidas organizadas junto, lutando organizado, isso foi uma evolução, uma evolução para um bem maior", considerou. "Momento de pandemia, George Floyd… A periferia lida dum modo diferente também, até com a violência nos Estados Unidos. No Brasil, morre muito mais gente daquele jeito, todo dia", disse.

Ainda no assunto, Dráuzio perguntou a Brown sua opinião sobre o Brasil de hoje. "O Brasil hoje tá feião sem maquiagem. Sempre foi feio, mas tinha maquiagem. A gente já falava. Na real, pro favelado, que mora na periferia, ele não tá assustado com essas coisas, George Floyd, Covid… Deveria, mas não está. A luta é constante pra esse pessoal. Acabou a Covid vai pra próxima luta".

Assista a live abaixo, na íntegra:

Sobre o autor

Carol Souza
Carol SouzaAmante do cinema, dos livros e apaixonadíssima pelo bom e velho rock n'roll. Amo escrever e escrevo sobre o que amo. Ativista da causa feminista e bebedora de café profissional. Instagram: @barbooosa.carol
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