Olavistas, religiosos e outros grupos pressionam contra Renato Feder no MEC
O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, é um dos principais cotados para assumir o Ministério da Educação, cargo que está vago desde a desistência de Decotelli após diversas inconsistências em seu currículo. Apesar da inclinação do presidente para nomeá-lo, o fato de Feder ser uma indicação vinda do grupo de políticos chamado de "Centrão", entre outras polêmicas, está incomodando vários de seus apoiadores.
Os integrantes de setores religiosos, apoiadores do presidente Bolsonaro nas redes sociais que são alinhados ao astrólogo Olavo de Carvalho, bem como seus filhos, estão desgastando a figura de Feder, pressionando para que o presidente desista da nomeação.
Segundo estes grupos, o político e empresário estaria associado a políticos que romperam ou são adversários de Bolsonaro, como o governador João Doria (PSDB). Há cerca de quatro anos, durante a eleição para prefeitura de São Paulo, Renato Feder doou pra a campanha de Doria a quantia de R$ 120 mil. Enquanto empresário, Feder é acusado de sonegação fiscal por não ter recolhido R$ 22 milhões em ICMS da empresa Multilaser. Além disso, ele também é próximo de Paulo Lemann, criador da Fundação Lemann, e escreveu um livro em 2007 que se diz a favor da legalização das drogas e forte redução das Forças Armadas.
O fracasso de Decotelli, nomeado pela ala militar, é levado também como um fator importante para que agora se escolha alguém alinhado aos ideais olavistas, como Abraham Weintraub, e Feder não é considerado um conservador, nem um seguidor da ala ideológica.
De acordo com o Blog da Andréia Sadi no G1, fontes do Planalto afirmam que estava marcada uma reunião entre o presidente e o secretário de educação para esta segunda-feira (5), mas a mesma foi cancelada e não possui data para acontecer. Bolsonaro havia dado sinal verde da entrada de Feder, mas a nomeação via Diário Oficial da União, até o momento, não aconteceu.