The Last of Us 2: Neil Druckmann repudia ameaças de morte contra Laura Bailey

Co-diretor do jogo diz que é preciso manter um discurso construtivo e compassivo ao invés de dar voz à pura violência
Co-diretor do jogo diz que é preciso manter um discurso construtivo e compassivo ao invés de dar voz à pura violência
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

The Last of Us 2 continua mantendo um cenário de controvérsias desde antes da estreia oficial. No último final de semana, o co-diretor do jogo, Neil Druckmann, compartilhou um pequeno trecho de mensagens terríveis que tem recebido constantemente em suas redes sociais, e no domingo (5), a Naughty Dog resolveu divulgar uma declaração oficial para condenar o "assédio ou ameaças direcionados à nossa equipe e elenco". A mensagem diz: "a segurança deles é nossa principal prioridade, mas todos devemos trabalhar juntos para erradicar esse tipo de comportamento e manter um discurso construtivo e compassivo".

As capturas de tela postadas por Druckmann variam entre comentários antissemitas, ameaças de morte, transfobia e homofobia, e muito mais. "Espero que um fã de verdade o mate", diz uma mensagem. Druckmann disse que, embora esteja bem com as pessoas discutindo por que amam ou odeiam o jogo, alguns desses sentimentos estão sendo expressos de maneiras "odiosas e violentas".

Druckmann não é o único alvo. Laura Bailey, a atriz que dá voz a Abby, uma nova personagem no segundo título da franquia de sucesso, também recebeu mensagens violentas e compartilhou uma parte dos comentários que recebeu, incluindo mensagens como "Vou descobrir onde você mora e te matar". Bailey chamou as mensagens de "esmagadoras".

O pior de tudo é que os ditos "fãs" reclamam por motivos amplamente relacionados ao preconceito, sobretudo porque The Last of Us Part II apresenta um domínio poderoso das mulheres no cenário apocalíptico do futuro e insere um romance da protagonista Ellie com outra jovem mulher. 

Bailey, entretanto, recebe a maior parte das ameaças, provavelmente porque possui a condição de antagonista do jogo e, em determinado momento, o jogador passa a controlar sua personagem, fato que incomodou uma parcela dos fãs que não conseguiam concordar em controlar a vilã, também apontada como uma mulher trans por alguns internautas incluídos na onda de violência contra o game, apesar de Druckmann negar a informação. 

Para piorar, a onda de xingamentos mostra o quão rasa a mente humana menos preparada para discussões sérias pode ser em algumas situações, principalmente porque boa parte das críticas estão mais relacionadas com o corpo e os trejeitos de Abby do que com a própria história em si. O chefe dos estúdios mundiais da PlayStation, Hermen Hulst, também compartilhou seu descontentamento com a onda gratuita de ataques à equipe da Naughty Dog.

"Por mais lamentáveis ​​que sejam essas respostas, lembre-se de que elas representam uma minoria minúscula de nossa indústria", disse Hulst. O tweet de Bailey, em particular, provocou várias respostas de apoio da indústria de videogames e de outros países. "Seu desempenho no jogo foi uma revelação absoluta e me transformou", disse Ashley Johnson, dubladora de Ellie. O cineasta James Gunn também saiu em defesa de Bailey: "Fico chateado quando algo acontece com um personagem ou história que você ama e que não gosta, mas isso é estranhamente ridículo. Parece que as pessoas estão confundindo ficção com realidade. Cresçam". 

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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