The Last of Us 2: Neil Druckmann repudia ameaças de morte contra Laura Bailey
The Last of Us 2 continua mantendo um cenário de controvérsias desde antes da estreia oficial. No último final de semana, o co-diretor do jogo, Neil Druckmann, compartilhou um pequeno trecho de mensagens terríveis que tem recebido constantemente em suas redes sociais, e no domingo (5), a Naughty Dog resolveu divulgar uma declaração oficial para condenar o "assédio ou ameaças direcionados à nossa equipe e elenco". A mensagem diz: "a segurança deles é nossa principal prioridade, mas todos devemos trabalhar juntos para erradicar esse tipo de comportamento e manter um discurso construtivo e compassivo".
Thanks for all the incredible words of support. Just know, that despite all this, if somehow the lord gave me a second chance at making this game, I’d do it all over again. Onto more positive things. Like burrito appreciation threads. ❤️
— Neil Druckmann (@Neil_Druckmann) July 6, 2020
As capturas de tela postadas por Druckmann variam entre comentários antissemitas, ameaças de morte, transfobia e homofobia, e muito mais. "Espero que um fã de verdade o mate", diz uma mensagem. Druckmann disse que, embora esteja bem com as pessoas discutindo por que amam ou odeiam o jogo, alguns desses sentimentos estão sendo expressos de maneiras "odiosas e violentas".
Although we welcome critical discussion, we condemn any form of harassment or threats directed towards our team and cast. Their safety is our top priority, but we must all work together to root out this type of behavior and maintain a constructive and compassionate discourse. pic.twitter.com/eoq4t1ITnh
— Naughty Dog (@Naughty_Dog) July 5, 2020
Druckmann não é o único alvo. Laura Bailey, a atriz que dá voz a Abby, uma nova personagem no segundo título da franquia de sucesso, também recebeu mensagens violentas e compartilhou uma parte dos comentários que recebeu, incluindo mensagens como "Vou descobrir onde você mora e te matar". Bailey chamou as mensagens de "esmagadoras".
O pior de tudo é que os ditos "fãs" reclamam por motivos amplamente relacionados ao preconceito, sobretudo porque The Last of Us Part II apresenta um domínio poderoso das mulheres no cenário apocalíptico do futuro e insere um romance da protagonista Ellie com outra jovem mulher.
Bailey, entretanto, recebe a maior parte das ameaças, provavelmente porque possui a condição de antagonista do jogo e, em determinado momento, o jogador passa a controlar sua personagem, fato que incomodou uma parcela dos fãs que não conseguiam concordar em controlar a vilã, também apontada como uma mulher trans por alguns internautas incluídos na onda de violência contra o game, apesar de Druckmann negar a informação.
Para piorar, a onda de xingamentos mostra o quão rasa a mente humana menos preparada para discussões sérias pode ser em algumas situações, principalmente porque boa parte das críticas estão mais relacionadas com o corpo e os trejeitos de Abby do que com a própria história em si. O chefe dos estúdios mundiais da PlayStation, Hermen Hulst, também compartilhou seu descontentamento com a onda gratuita de ataques à equipe da Naughty Dog.
"Por mais lamentáveis que sejam essas respostas, lembre-se de que elas representam uma minoria minúscula de nossa indústria", disse Hulst. O tweet de Bailey, em particular, provocou várias respostas de apoio da indústria de videogames e de outros países. "Seu desempenho no jogo foi uma revelação absoluta e me transformou", disse Ashley Johnson, dubladora de Ellie. O cineasta James Gunn também saiu em defesa de Bailey: "Fico chateado quando algo acontece com um personagem ou história que você ama e que não gosta, mas isso é estranhamente ridículo. Parece que as pessoas estão confundindo ficção com realidade. Cresçam".