Sangue ruim ou confusa? Guta escolheu o lado errado em Pantanal
Guta ficou do lado de Tenório na pior hora e não conseguiu evitar o surto do pai contra Maria
Não basta falar se não houver ação. Esse foi o maior erro de Guta (Julia Dalavia) em Pantanal, sobretudo porque ela tentou, à sua maneira, encontrar um ponto de equilíbrio entre Maria (Isabel Teixeira) e Tenório (Murilo Benício), mas pouco fez para evitar o surto generalizado do grileiro contra a ex-esposa. No final das contas, a jovem virou as costas para a mãe no momento crucial e abriu caminho para a cena mais perturbadora de toda a novela, em que Alcides (Juliano Cazarré) e Maria foram capturados pelo vilão.
Nesta fase, muitos ainda estão se perguntando qual é o papel de Guta na trama, já que ela não conseguiu promover ações efetivas para proteger os interesses de Maria e aceitou o brinde de Tenório ao filho que carrega na barriga como se fosse um presente favorável à paz na família.
Talvez uma dose de ingenuidade tenha se misturado com as incertezas de Guta relacionadas ao caráter do pai - mesmo que várias evidências tenham sido esfregadas em seu rosto durante toda a novela - e com o costume de não se esforçar muito para alcançar seus objetivos.
É estranho ver Guta revoltada com as atitudes de Tenório e, pouco tempo depois, ambos estarem tranquilos no mesmo cômodo. Sem plano de ação, a jovem assistiu calada ao momento em que Maria foi embora sem rumo e correu ao seu encontro em algumas ocasiões, sem surtir grandes efeitos positivos para a ex-Bruaca, que precisou se alojar na fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira) para degustar a generosidade alheia.
Para piorar, Guta ainda fez a mãe chorar desnecessariamente antes da tortura promovida por Tenório e deixou explícita sua desconfiança em torno de Alcides, quando, na verdade, deveria desconfiar dos abusos absurdos cometidos pelo próprio pai.
A sensação é de que uma personagem com gigantesco potencial foi desperdiçada no roteiro de Pantanal. Ainda bem que outros núcleos garantem os suspiros aliviados do público, sobretudo após a aguardada morte de Tenório e o casamento triplo de José Leôncio e Filó; Tadeu e Zefa; e José Lucas e Irma.