Quem ganhou o BBB 23? Vitória de Amanda é histórica, no mau sentido

Conforme previsto pelos espectadores que fugiram aterrorizados após consecutivas eliminações polêmicas na 23ª edição do Big Brother Brasil, Amanda ampliou a lista de milionários na Região Sul do país. Se você ainda se perguntava quem ganhou o BBB 23, a resposta carrega um fator histórico para a TV Globo, no mau sentido. 

A coleção de problemas coletados em 2023 rompe todas as barreiras engolidas pelo público-alvo em edições anteriores, unindo fatores negativos que vão do mais simples espectador no sofá até os maiores patrocinadores, não apenas pelos baixos índices de audiência, mas, principalmente, pelas evidências explícitas de que o formato da votação e a conduta geral da produção precisam de atualizações. 

Exibir o número de votos em cada paredão é uma escolha técnica perigosa, e isso ficou mais claro na recente edição do BBB, com as comparações aos anos anteriores e a constatação de fracasso na final vencida por Amanda Meirelles, fiel defensora de Cara de Sapato, expulso do programa sob acusações de importunação sexual. 

O sentimento de impotência se esticou até o ponto de véu entre o público, a partir do momento em que os resultados dos paredões começaram a refutar praticamente todas as enquetes, exibindo um cenário preocupante de desbalanceamento nas diferentes estratégias de mobilização das torcidas e derrubando de vez a audiência do programa, principalmente porque alguns grupos parecem muito mais obcecados do que outros, ou simplesmente desocupados a ponto de transformar a campanha favorável ao seu participante favorito em uma missão de vida fora de órbita. 

Os números não mentem. Com 68,9% dos votos, Amanda ganhou um prêmio de RS 2,880 milhões na edição cuja final cravou a amarga média de 19,4 pontos na Grande São Paulo, de acordo com o Kantar Ibope. No ano passado, a final com Arthur Aguiar, que já acendia um grave sinal de alerta à emissora, marcou 26 pontos na média, e Juliette se consagrou campeã em 2021 com 34 pontos de audiência. A queda é brusca, e não há dúvidas de que os magnatas do Big Brother Brasil vão ter trabalho para manter suas exigências exorbitantes nos acordos publicitários para 2024.