Novo 'RoboCop', de José Padilha, estreia nesta sexta-feira, 21

Novo 'RoboCop', de José Padilha, estreia nesta sexta-feira, 21
Diário 24 Horas
Por Diário 24 Horas

O tão aguardado remake de “RoboCop”, dirigido por José Padilha e com um orçamento astronômico de mais de R$ 200 milhões, estreia na próxima sexta-feira (21) nos cinemas de todo o Brasil e promete levar muitas cenas de ação aos espectadores, que esperam algo parecido com os dois famosos longas da franquia “Tropa de Elite”. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o cineasta brincou dizendo que  “o Robocop é o BlackBope”, fazendo referência ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). 

Quem também fez algumas comparações do longa hollywoodiano com o filme nacional foi Maria Ribeiro, que interpretou a mulher do Capitão Nascimento em “Tropa de Elite”. “Tem tudo a ver com o Tropa. Há o apresentador manipulador, a família, o policial... Este universo em que o homem se insere no contexto violento”, disse ela, ao sair da sessão para convidados na última terça-feira (18).

O ator principal do filme, Joel Kinnaman, disparou elogios ao diretor e disse que só aceitou fazer o filme porque Padilha estaria nele. “Além de ser um diretor que adoro, sabia que teria ideia fortes sobre o assunto e traria algo de novo, que não seria um remake sem identidade”, revelou o astro. 

"O filme tem um eixo político e um eixo existencial", comenta Padilha. "Há um cara que um dia acorda sem saber o que aconteceu com ele, olha para um cientista e ouve: ‘Você é um robô’. Ele olha para si e se pergunta: ‘O que sobrou de mim?’ É a questão do ‘sou um homem ou uma máquina?’", concluiu o diretor em seu raciocínio. 

"Se você parar para pensar, o conceito implícito no personagem do Robocop está presente no Tropa 1 e no 2. Há uma ideia filosófica que me interessa, de que a violência extrema acontece quando o agente da violência, o policial, perde a sua capacidade de crítica, de pensar sobre o que ele está fazendo", explica Padilha. "Verhoeven percebeu este conflito. E criou um personagem que já tem esta questão dentro de si. Este conflito entre automatização e o humano ocorre dentro do personagem. Esta sacada é genial", continua.

 "Estava em uma reunião e o pessoal do estúdio queria que eu fizesse o Hércules. Não queria, mas vi um pôster do Robocop na parede e disse: este aí eu quero fazer”. Disse o diretor, deixando claro o quanto queria comandar as cenas do filme. 

"Posso dizer que 50% do tempo eu gastei argumentando e 50% fazendo o filme. Mas valeu a pena. A questão política, por exemplo, não abri mão dela, e os testes com o público atestaram que funcionava. A ideia de que a automatização da violência abre uma janela para o fascismo é uma ideia importante. O que aconteceu no Iraque? Os EUA saíram de lá porque soldados americanos estavam morrendo. Se trocarem os soldados humanos por robôs, o que vai acontecer? Eles vão sair do Iraque? Aí se despolitiza a guerra internamente", encerra o cineasta brasileiro. 

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