"12 anos de escravidão": livro que originou filme tem data de lançamento
A autobiografia conta a história real do violonista Solomon Northup, um negro que gozava da liberdade em Saratoga, no estado de Nova York, quando aceita uma proposta de trabalho falsa e é sequestrado e vendido como escravo na Louisiana, e deu origem ao filme apontado como possível premiado no Oscar 2014.
A obra que inspirou o filme ganhador do Bafta será lançado no Brasil na segunda-feira (24), pela Companhia das Letras (R$ 22,50). Já o filme tem data de estreia no Brasil marcada para dia 28 de Fevereiro.
Com baixo orçamento baixo para os padrões bilionários de Hollywood, tem um interessante tema real e histórico, e social. 12 Anos de Escravidão faturou o prêmio de Melhor Filme no British Academy Films Awards, o Bafta, o que é considerado por muitos o “Oscar britânico" e uma espécie também de “prévia” do Oscar mais conhecido.
Chiwete Ejiofor, que interpreta o personagem principal e ganhou como MelhorAtor. 12 Anos de Escravidão também concorre a nove prêmios na academia americana e talvez traga o primeiro Oscar a um diretor negro, Steve McQueen, no dia 2 de março.
O violonista fica escravizado durante 12 anos, de 1841 a 1853 e aprende rápido que a única forma de sobreviver é mostrando submissão e escondendo que é alfabetizado.
Na obra, os senhores de escravos representam bem uma “classe” americana que tratava os negros com assustadoracrueldade. E o filme não alivia: não há patrões brancos bondosos nem flertes entre brancos e negras. Há, sim, estupros, chibata, tortura e humilhação. Muita humilhação.
Além de Chiwete Ejiofor, o filme tem no elenco Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Paul Dano, Garret Dillahunt, Paul Giamatti, Scoot McNairy, Lupita Nyong'o e Brad Pitt, que também assina como produtor. Está em cartaz em cinemas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Brasília.
A narrativa original de Solomon, lançada há 160 anos, é impecável. E sua representação cinematográfica não fica para trás. Livro e filme são um retrato chocante da escravidão praticada pelos americanos depois da Guerra Civil.
Durante a entrega do prêmio no Royal Opera House, em Londres, no último domingo (16), o diretor fez questão de ressaltar que apesar de seu filme tratar sobre uma história antiga, ainda há bastantes práticas escravistas no mundo todo em que fazem milhões de pessoas sofrerem de forma similar ao personagem da trama.