Selton Mello fala sobre "Trash - A Esperança vem do Lixo" durante coletiva: "Renascimento"
Ainda no início desta semana foi realizado um encontro entre a imprensa e parte da equipe e elenco do longa "Trash - A Esperança Vem do Lixo". O evento aconteceu no Hotel Windsor Atlântica em Copacabana, no Rio de Janeiro, com objetivo de desvendar mais sobre o longa, que encerrou o "Festival do Rio", e estreou nos cinemas do Brasil nesta última quinta-feira (09).
Entre os nomes presentes estavam o diretor Stephen Daldry, o preparador de elenco Christian Duurvoort, os atores Wagner Moura, Selton Mello, André Ramiro e José Dumont, o roteirista Richard Curtis, e os produtores Kris Thykier, Eric Fellner, Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlicnk.
A relação de Daldry com o Rio é antiga, mas antes de as filmagens começarem o diretor passou alguns meses na capital fluminense, escolhendo elenco e equipe técnica, mas, sobretudo, observando os hábitos da população e a real situação da cidade. "Quando cheguei aqui, fui me apaixonando pela atmosfera desse lugar, pela bravura e pelo otimismo do povo. Nós fizemos questão de que a história tivesse sentido dentro da realidade local", afirmou Daldry.
Essa preocupação em retratar a realidade fica nítida em todo o longa, mas para que isso se tornasse possível, Daldry e os roteiristas precisaram alterar o roteiro e observar as reações de Rickson Tevez (Raphael), Eduardo Luis (Gardo) e Gabriel Weinstein (Rato) em cena, pois eles formam o trio que conduz toda a trama, sem nenhuma experiência prévia em atuação - os garotos não participaram da coletiva, mas foram apresentados por toda equipe ao final da conversa.
Segundo Stephen Daldry, a decisão de rodar "Trash - A Esperança Vem do Lixo" no Brasil foi simples e movida pelo desejo de "fazer um filme incrível". "Prestamos atenção em como os meninos reagiam, se era autêntico para eles, se fazia sentido, se era crível. A gente não queria um filme traduzido, mas algo que dialogasse com os sonhos, esperanças, sensos de justiça e de fé dessas crianças daqui. Eu estava com vontade de fazer um thriller que fosse em outro idioma, e de trabalhar com crianças. Foi uma experiência maravilhosa", contou o diretor.
O roteirista Richard Curtis reiterou as declarações de Daldry ao afirmar que gostaria de fazer um filme fantástico, uma vez que eles sabiam que o Brasil tem "uma indústria cinematográfica fantástica". Entretanto, ele ressaltou que o longa vai muito além da carteira perdida do personagem de Moura e que será gratificante se esta produção mudar a vida de alguém, pois fala sobre esperança.
A esperança contida na mensagem de "Trash - A Esperança Vem do Lixo" também foi citada por José Dumont, veterano que interpreta um policial: "O filme recupera a esperança. Nós, como atores, fazemos uma arte útil e delicada, de alguma forma, para contribuir para a melhoria do mundo".
Há bastante tempo sem atuar, Selton Mello encontrou nesta produção o estímulo que precisava para voltar para a frente das câmeras. No papel de Frederico, policial civil corrupto, o ator teve cenas fortes, especialmente com os garotos. Segundo ele, este longa "foi um trabalho muito estimulante. Na verdade, nos últimos tempos, eu ando mais dirigindo do que atuando, porque não estava me sentindo muito estimulado como ator e esse filme para mim é fundamental. Stephen com a sensibilidade dele e com a maneira como trabalha me deu de novo o tesão enorme pela função de ator, que há bom tempo não sentia. Esse trabalho para mim foi um renascimento como ator. Ele tem um jeito de trabalhar muito peculiar um carinho pelos atores. Ele me levou para caminhos estimulantes e inusitados. E também tenho vontade de trabalhar de novo com o Stephen porque é um diretor muito especial".
Mello não foi o único a rasgar elogios ao diretor, que tem em sua bagagem três indicações ao Oscar - por "Billy Elliot" (Idem - 2000), "As Horas" (The Hours - 2002) e "O Leitor" (The Reader - 2008). Wagner Moura também não poupou elogios: "Trabalhar com esse cara (Daldry) foi incrível. A gente encontra muitos diretores na vida, mas esses encontros poderosos acontecem de tempos em tempos. É bacana que tenha um diretor como ele olhando o Brasil desse jeito. E eu queria ter filmado mais com ele", disse o ator, para logo completar em tom de brincadeira que "ele prometeu que quando tiver um personagem que fale inglês com um acento estranho, que ele vai me chamar pra fazer com ele. Adorei! Foi uma experiência incrível!".
Stephen Daldry, por sua vez, elogiou Selton Mello e Wagner Moura, dois grandes talentos da TV e do cinema brasileiros; contudo, destacando que o trabalho dos dois nos bastidores foi muito além da composição de seus respectivos personagens. "Eles são atores fantásticos, mas foram também colaboradores brilhantes, me ajudando e me ensinando a contar a história, pensando em personagens que estão nessa sociedade".
Fonte: Portal SRZD.