"Erro" diz Obama sobre cancelamento de filme após ameaças
Sony cancelou o lançamento do filme "A Entrevista" após receber ameaças terroristas.
Na última sexta-feira, 19 de dezembro, o presidente dos EUA Barack Obama falou sobre o ataque de hackers aos servidores da Sony e a postura da empresa após receber ameaças terroristas. Para Obama, a Sony errou ao cancelar o lançamento do filme "A Entrevista", que retrata em tom de comédia o assassinato do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Um. A decisão do estúdio ocorreu após um ataque hacker a seus sistemas de dados, que revelou desde e-mails corporativos, a salários de executivos e atores da empresa.
"A Sony é uma corporação que sofreu significantes perdas, sou simpático a suas preocupações. Mas acho que eles cometeram um erro. Eu gostaria que eles tivessem falado comigo antes. Eu teria dito que eles não fossem por esse caminho e que não se intimidassem por esses ataques criminosos."
"Não podemos viver em uma sociedade em que um ditador de algum lugar imponha censura aos Estados Unidos. Se eles estão fazendo isso com um filme satírico, imagine o que eles não farão quando tiver um documentário ou um noticiário que eles não gostem?", disse Obama.
Sobre a resposta que os EUA estão preparando para a Coreia do Norte, Obama disse que o país irá responder à altura, mas que não informaria como se daria esse contra-ataque em uma entrevista coletiva.
Em seguida, Obama ironizou a atitude da Coreia, que nesta manhã foi diretamente responsabilizada pelo ataque pelo FBI. "Uma coisa interessante sobre a Coreia do Norte é que decidiram lançar um ataque por causa de uma comédia satírica com Seth Rogen e James Franco [risos]. Adoro eles, mas é uma comédia. E a decisão da Coreia mostra o tipo de governo que eles têm. Eles causaram danos sérios. Vamos responder, mas não é uma resposta que anunciaremos aqui hoje."
Obama também considerou os danos econômicos que esse tipo de ação pode trazer para a economia americana.
"Não apenas a indústria de filmes, mas a da mídia e o setor privado, temos que antecipar que teremos falhas como essas. Elas podem ser sérias e devemos levá-las a sério. Mas não podemos nos intimidar da mesma forma que não cancelaríamos um jogo de futebol por conta de uma ameaça de ataque", continuou o presidente. "Esse tipo de ataque pode afetar não só filmes, mas também toda nossa economia."
Fonte: UOL.