Tom Hanks e Steven Spielberg em nova parceria no cinema: "Ponte de Espiões"
Filme estreia no Brasil nesta quinta-feira (22) e vem recebendo críticas animadoras
A parceria entre Tom Hanks e Steven Spielberg já é bastante conhecida em Hollywood, os dois trabalham juntos no ótimo "O Resgate do Soldado Ryan" e também na minissérie "Irmãos de Guerra". "Ponte dos Espiões", projeto mais recente dos dois chega aos cinemas brasileiras nesta quinta-feira (22) e vem recebendo críticas animadas de sites especializados. Veja a crítica que Hagamenon Brito, do Correio da Bahia, publicou.
O diretor Steven Spielberg, 68 anos, e o ator Tom Hanks, 59, se entendem muito bem e guardam semelhanças na forma talentosa, lucrativa e disciplinada (e até careta, diria um cínico) com que encaram Hollywood. São homens clássicos na indústria do cinema.
Faz sentido que Spielberg tenha pensado naturalmente em Hanks para viver o advogado James Donovan em Ponte de Espiões, um suspense dramático baseado em fatos reais e ambientado nos anos 1950 e começo dos 60, em plena Guerra Fria entre os Estados Unidos e a comunista União Soviética dos russos.
É a quarta colaboração entre Spielberg e Hanks após O Resgate do Soldado Ryan (1998), Prenda-me Se For Capaz (2002) e O Terminal (2004). E funciona bem mais uma vez, com os dois artistas optando por conter o tom sentimental - seja na direção, seja na interpretação.
Advogado do Brooklyn especializado em seguros, James Donovan aceita uma missão difícil e fora da sua rotina: defender Rudolf Abel (em ótima atuação de Mark Rylance), um misterioso espião soviético capturado pelos americanos em Nova York.
O advogado se transforma em elemento central das negociações entre americanos e russos quando um piloto dos EUA é capturado pelos inimigos e ele é enviado a Berlim, na Alemanha, em plena construção do Muro (1961), para fazer um acordo de troca entre os dois prisioneiros.
Aparentemente, uma superprodução assim nas mãos de Spielberg poderia virar algo patriótico. Mas, com a ajuda do bom roteiro escrito pelos irmãos Ethan e Joel Coen (Bravura Indômita/2010), o cineasta optou por tocar, com ironia, em temas como soberania nacional e moral social vigente equivocada.
Com uma sequência brilhante de um avião U2 caindo, o bom Ponte dos Espiões mostra os dois lados da Guerra Fria, é tecnicamente perfeito e visualmente bonito (marcas de Spielberg), critica também os EUA e não transforma o protagonista num herói de ação - James Donovan é um personagem clássico e humanista. E, em tratando-se de Spielberg, não falta o enaltecimento da família e da amizade. (Fonte: Correio da Bahia)