Novela Velho Chico: Após críticas, Luiz Fernando Carvalho defende suor dos personagens
Diretor revela que pretende continuar com "suor", mesmo gravando em estúdio
Sem sombra de dúvidas, este fato já chamou a atenção de diversos telespectadores ao redor do país: Velho Chico, a nova novela das 21h, fornece ao horário nobre algumas cenas bem peculiares e diferenciadas quando se faz uma rápida comparação com as antigas produções, sempre muito “limpas” e cheias de maquiagens para deixar os personagens bem apresentáveis. Na trama dirigida por Luiz Fernando Carvalho, entretanto, a maior preocupação gira em torno da retratação fiel da realidade vivida por moradores da região nordestina em meados da década de 60 e 70.
Contudo, apesar da ideia que se tinha sobre a evolução para os dias atuais na próxima fase, o cineasta fez questão de deixar claro, em entrevista recente, que até mesmo com os equipamentos contemporâneos, como o ar condicionado e ventiladores potentes, este aspecto será mantido na trama, até porque as temperaturas na região ainda são as mesmas e nem sempre há a presença de um equipamento que elimine os desagrados do clima tórrido, a exemplo dos próprios atores, que precisaram atuar embaixo de um sol que fornecia médias de 40 graus celsius.
Mesmo nas filmagens realizadas nos estúdios do Projac, com controle moderno do clima, o trabalho de Carvalho permanece da mesma forma, fornecendo, acima de tudo, um toque de valor à arte e à cultura, em uma tentativa de desgrudar o público do padrão estabelecido há tempos pela televisão brasileira.
Afinal, em grandes produções norte-americanas, esta fidelização da realidade por trás dos ambientes podem ser vistas com clareza, a exemplo da série Dexter, que se passa em Miami, onde os personagens aparecem constantemente com marcas de suor bem visíveis, repassando aos telespectadores a verdadeira realidade por trás do local. The Walking Dead, uma das séries mais populares atualmente, também precisa se manter “real” quanto aos aspectos climáticos e ausência de tecnologia, pois se trata de uma história de apocalipse, cujos personagens não têm acesso aos aparelhos comuns do século XXI, com dificuldade até mesmo para se tomar um simples banho, sem contar que todos passam a maior parte do tempo correndo. Alguém reclama do suor presente nestas séries?
Nos estúdios do Projac, Carvalho confessa que está utilizando águas termais e alguns tipos de óleo para utilizar como “maquiagem” dos atores, mantendo as cenas semelhantes às que foram adquiridas com as atuações em locações externas. Perguntado sobre a permanência do suor na fase seguinte, o diretor também deixou bem claro que nem todo mundo tem acesso a ventiladores e ar condicionado e, por conta disso, a ideia da sujeira e suor será, com toda a certeza, mantida.
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