Dinho Ouro Preto tece críticas à reunião ministerial de Bolsonaro: "Que baixaria. Que vulgaridade"
Na semana passada o país parou para assistir à divulgação do polêmico vídeo da reunião ministerial do governo Bolsonaro em 22 de abril, reunião esta que foi citada pelo ex-ministro Sérgio Moro em suas acusações ao presidente de que o mesmo estaria buscando intervir na Polícia Federal, e Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, foi um dos brasileiros que revelou não estar nada satisfeito com o que viu.
Crítico do governo de Jair Bolsonaro de longa data, já tendo o classificado como uma figura que dissemina a "apologia da ignorância" em entrevistas passadas, o músico nesta segunda-feira (25) foi às redes sociais e se disse envergonhado com o que em sua opinião, foi uma "baixaria".
"Quanto mais eu leio o que foi dito na reunião ministerial, mais estarrecido eu fico. Que baixaria. Que vulgaridade. Que tosquice. Que despreparo. Que assalto às nossas instituições e à nossa democracia. Nosso país é maior e melhor que essas pessoas. Que vergonha", disse ele na legenda de uma imagem que mostra o presidente com o rosto "mergulhado" na bandeira do Brasil.
E aparentemente a manifestação de desagrado de Dinho encorajou outros músicos a darem seus posicionamentos sobre a polêmica reunião, no que Marcelo Bonfá, da Legião Urbana, disse ser um "circo de horrores".
"Isso tudo é uma palhaçada, um circo de horrores. Acordem! O poder é o maior dos desafios para o ser humano encontrar seu equilíbrio. E o resultado está aí. Só tem maluco, oportunista e despreparados para uma função tão séria, administrar um projeto de nação", disse.
Interagindo com os fãs, que criticaram Bonfá e Dinho ao dizer que achavam estranho "roqueiros estarem ofendidos por palavrões" e que ambos estariam "criticando sem oferecer soluções", Bonfá disse que não se sentiu ofendido "pelos palavrões que eles falaram mas sim pelo palavrão que eles são".
"Não sou de esquerda nem de direita, sou de cima mas não do muro. Você quer que nós simples músicos apresentemos soluções para o quê? Como? Acho que devemos merecer (como brasileiros) o governo que aí está, e que aí esteve, mas que não estará um dia se conseguirmos escolher melhor da próxima vez com a consciência elevada pelos nobres valores universais", finalizou ele.
Lucas Silveira, da Fresno, também se manifestou em rede social e questionou, após todos os episódios recentes da política brasileira, "qual artista segue apoiando essa pataquada neonazista obscurantista e ignorante", já que "até os poucos artistas bolsonaristas que existiam já pularam do barco".
Apesar de os músicos compartilharem de opiniões parecidas quanto ao governo atual, boa parte dos fãs de Dinho e do Capital Inicial se disseram "decepcionados" com o vocalista. Um dos fãs criticou Dinho, apontando que no governo PT o músico não teria se posicionado "enquanto o PT matava e roubava milhões de brasileiros e sonhos de uma nação", sendo este comentário, um dos mais curtidos na publicação.
As críticas foram além, com declarações de pessoas dizendo que devido à opinião de Dinho deixariam de seguir o vocalista, deixariam de consumir conteúdo da banda e acusações de que o músico seria apoiador do ex-presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores.
Entretanto, o que os fãs não se recordaram, foi que o Capital Inicial já chegou a receber o ex-juiz e agora ex-Ministro Sérgio Moro - responsável pela prisão de Lula - em um de seus shows, ainda na época da Lava Jato, e que em entrevista, Dinho considerou seu trabalho louvável, pois o magistrado estava se mostrando "apartidário".
Apesar desta declaração, atualmente Dinho diz acreditar que Moro cometeu um erro ao aceitar o cargo no governo, pois segundo ele, "soou como se ele tivesse uma agenda em comum com o Bolsonaro".