Nasa encontra moléculas de água na superfície da Lua
Dois estudos publicados na revista Nature Astronomy tiveram suas descobertas reveladas em coletiva de imprensa da Nasa nesta segunda-feira (26) e podem reescrever as determinações histórias sobre a presença de água na Lua após onze anos da última descoberta, quando um trio de naves espaciais coletou dados que indicavam a assinatura química reveladora da água.
Desde então, os cientistas não foram capazes de separar a assinatura química para dizer definitivamente qual era o balanço entre a água molecular conhecida como H2O e a hidroxila, uma molécula que está com um átomo de hidrogênio a menos de se tornar água (OH).
As descobertas em 2009 levaram os cientistas a suspeitarem que grande parte da "água" da Lua era hidroxila, porque é mais estável termicamente do que a água molecular, mas agora, com as novas descobertas, as discussões sobre o assunto ganharam um novo capítulo.
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No primeiro dos dois estudos, os cientistas examinaram a face da Lua em infravermelho, focalizando a fonte de assinatura química com uma clareza extraordinária, determinando a presença predominante de H2O ao invés de OH.
"A detecção é única para a água molecular", disse Shuai Li, cientista planetário da Universidade do Havaí e co-autor de um dos novos estudos. A assinatura da água foi detectada na superfície iluminada da lua, onde a molécula seria exposta à radiação ultravioleta e onde as temperaturas flutuam entre o amanhecer, o meio-dia e o anoitecer. “Com base em nosso conhecimento, não pode ser outra coisa”, diz Li, que tem se dedicado há anos na busca por água na superfície lunar.
Li fez parte de uma equipe de especialistas envolvidos na detecção de gelo de água nos polos lunares em 2018. Na ocasião, o gelo ficou preso em regiões predominantemente sombreadas da superfície lunar, que nunca recebem luz solar. No segundo estudo, outra equipe de pesquisadores sugere que o gelo da água pode ser ainda mais espalhado pelas sombras da lua.