Escuridão dá lugar ao sol em Mar do Sertão, e tudo tem um sentido
As constantes cenas noturnas, beirando a escuridão, começam a dar lugar à iluminação em torno da força de vontade dos protagonistas
Não é fácil aceitar que Mar do Sertão está prestes a embarcar na reta final, mas é melhor preparar o coração, pois este mês será fundamental para mostrar aos espectadores que tudo fez sentido ao longo da trama, inclusive o excesso de cenas noturnas nas últimas semanas e a volta súbita da iluminação natural para algumas representações simbólicas pertinentes.
Canta Pedra não tem as mesmas condições que outras cidades, mas o povo se dedica diariamente ao trabalho e à renovação de esperanças para um futuro melhor. O problema é que nenhum político que assumiu o comando da região realmente se importou com melhorias, afinal ambos garantiam privilégios imediatos com o cargo e nunca chegaram perto de viver alguma desgraça. Floro (Leandro Daniel), por exemplo, virou um espelho menos experiente do ridículo Sabá Bodó (Welder Rodrigues).
O resultado é óbvio: escassez de água, saneamento básico de péssima qualidade e ausência de boa iluminação em vários pontos da cidade. Alguns desses detalhes, como é o caso da luz, foram inseridos na construção das cenas, que pareciam ficar cada vez mais escuras a cada nova derrota para o povo. Em algumas situações, ficava quase impossível enxergar todos os detalhes do cenário, e é exatamente isso que deveria acontecer.
A dificuldade dos espectadores amplia a realidade de uma dificuldade pertencente à rotina do povo de Canta Pedra, que também surge constantemente suado, com as roupas desgatadas e, por vezes, com bocas ressecadas devido à falta de água, que, agora, fica inteiramente contaminada após o envenenamento do açude com algas.
O sol voltou a surgir ativamente nos capítulos desta semana, com um propósito categórico: avisar ao público que a virada de chave finalmente vai se tornar realidade, começando pela demissão de Laura (Eli Ferreira) da JM/Chaddad e partindo para a união de Candoca (Isadora Cruz) e Firmino (Odilon Esteves) para a criação de grandes ideias para o futuro.
A forte iluminação também destaca as ações displicentes do coronel Tertulinho (Renato Góes) em plena luz do dia, assim como as lamentações de Sabá intercaladas com novas sabotagens ao lado de Nivalda (Titina Medeiros). Tudo se ilumina, e os olhos dos espectadores se aliviam em frente às telas, com acontecimentos cada vez mais importantes para tirar Canta Pedra da lama.