Amor Perfeito sabe a que veio: enrolar você até Marê e Orlando acordarem
A novela das seis continua recebendo doses altas de crítica pela ausência de grandes acontecimentos, mas tudo foi calculado
Existem moldes que costumam funcionar na teledramaturgia, outros entram como recurso secundário para atrair curiosidade dos espectadores. Em Amor Perfeito, os velhos hábitos de folhetim voltam à tona, com todo o desenvolvimento dos personagens milimetricamente calculado para manter o público em estado máximo de agonia, sem entender o porquê da inércia de Marê (Camila Queiroz) e Orlando (Diogo Almeida). Parece algo ruim, mas não é nada do que já não vimos anteriormente.
Desde a estreia, em março, não aconteceu praticamente nada além da morte de Leonel (Paulo Gorgulho), a prisão de Marê, sua fuga e as devidas consequências brutais de sua ação impulsiva. Tudo isso, inclusive, aconteceu na primeira semana. Depois, foi a vez da protagonista garantir que a justiça fosse parcialmente feita, graças ao seu fiel escudeiro Júlio (Daniel Rangel), mas foi aí que tudo deixou de fazer sentido.
Após deixar a prisão, Marê cismou com apenas um objetivo: conseguir um emprego. Ela tentou uma vaga na ferroviária, na loja de Wanda (Juliana Alves), no alfaiate de Gusmão (Mário Hermeto) e agora pode estar mais perto de um avanço com a vaga de administradora do hospital, conquistada graças ao incentivo de Orlando (o primeiro auxílio realmente eficiente do médico até agora).
Enquanto isso, Gilda (Mariana Ximenes) já conseguiu múltiplos avanços e continua obtendo mais poder, debochando da rival sempre que pode e, é claro, destruindo o sorriso da jovem com uma facilidade perturbadora. Nos próximos capítulos, novas vitórias serão registradas pela vilã, incluindo a aceleração do processo de adoção de Marcelino (Levi Asaf) e até a desejada separação de Gaspar (Thiago Lacerda) com um golpe ridículo envolvendo Mirtes (Dadá Coelho). Marê e Orlando, como sempre, estarão de olhos vendados.