Tesouro, tanquinhos e sabotagens não seguram a audiência de Fuzuê
A novela das sete ainda não alcançou o sucesso de sua antecessora, mas segue intrigando os espectadores
A faixa das 19h sempre foi utilizada como campo alternativo na TV Globo, distanciando-se do drama exagerado das 21h e criando um ar mais realista em relação às possibilidades mais clássicas previstas para as 18h. Desta vez, Fuzuê chegou sob o olhar criativo de Gustavo Reiz para injetar uma dose extra de suspense no horário anteriormente dominado pela bem-sucedida Vai na Fé, mas os mistérios em torno de um tesouro perdido, os romances variados e as sabotagens de uma patricinha enlouquecida não parecem o suficiente para manter uma audiência semelhante à antecessora.
Se fôssemos dar pontos pelos tanquinhos de alguns personagens, até daria para ficar mais satisfeito com o resultado final, mas este não é um atributo exclusivo ao elenco da novela das 19h (a julgar pelo número astronômico de vezes que Cauã Reymond apareceu sem camisa em Terra e Paixão).
De nada adianta ver Miguel (Nicolas Prattes) em dia com a academia e com a dieta, se nada é feito para ajudar Luna (Giovama Cordeiro) a esquivar dos golpes de Preciosa (Marina Ruy Barbosa). Para piorar, a protagonista parecia mais esperta no período em que ainda procurava pela mãe.
Agora, todos parecem enganar a protagonista com certa facilidade, a exemplo de quando ela alerta Jefinho (Micael Borges) para a falta de caráter de Tonico (Junno Andrade) e, logo depois, decide assinar contrato com o empresário para forjar uma dupla romântica com o cantor sertanejo.
Mas, para a sorte da teledramaturgia, ainda existem mistérios empolgantes sendo abordados gradativamente no desenvolvimento de Fuzuê, sobretudo no que diz respeito à história de Cata Ouro (Hilton Cobra) e aos motivos que realmente obrigam Maria Navalha (Olívia Araújo) a esconder a verdade. Os tanquinhos e os romances fofos são pura consequência.