'Sem noção', 'só maldade'; Terra e Paixão chega à reta final com insatisfação do público

Poucos capítulos separam a atual fase de Terra e Paixão do final definitivo da trama escrita por Walcyr Carrasco, mas o sentimento que permanece intacto entre uma legião de espectadores é o de frustração, não apenas pela condução da história, mas também pelo simples fato de que ninguém parece caminhar em direção a um destino certo, nem mesmo a protagonista Aline (Bárbara Reis), que se deixou levar por promessas cada vez mais absurdas, além de abaixar a guarda nos momentos mais inoportunos.

Entre os comentários em nossas matérias e publicações nas redes sociais, não é difícil encontrar frases como "novela horrível", "só maldades" e até mesmo "o autor se perdeu", algo que, diga-se de passagem, se tornou comum em vários outros títulos ao longo dos últimos anos, o que automaticamente já acende um alerta sobre o avanço, ou a decadência, da teledramaturgia. 

Walcyr Carrasco se esforçou para entregar um folhetim dramático e cheio de reflexões sobre as dificuldades que pequenos e médios produtores enfrentam diante de concorrentes ricos, como Antônio (Tony Ramos), dono de um empreendimento de alto lucro, que não tem pena de buscar soluções violentas para eliminar a concorrência, até mesmo quando se trata de uma produtora rural grávida de gêmeos. 

Talvez, não se trate de uma decadência, e sim de uma adequação do público depois de tantos anos seguindo um modelo tradicional de contar histórias. Após décadas, os espectadores não aceitam mais a enrolação habitual das novelas, e não querem que tudo se resolva nos últimos capítulos. No entanto, é exatamente o que vai acontecer em Terra e Paixão, que deixará o triunfo definitivo de Aline, Caio (Cauã Reymond) e demais personagens principais para os instantes finais.