Em meio à polêmica com David Gilmour, Roger Waters descarta reunião do Pink Floyd: "Seria horrível"
Antes da pandemia e do isolamento social à nível global que estamos vivendo, os membros sobreviventes do Pink Floyd realizaram uma "cúpula de paz" para discutir um relançamento de seu álbum de 1977, "Animals", e outras questões que há muito causam tensões na banda. Nesta semana, chegou à público a informação de que nesta "cúpula", as coisas não correram como o planejado no entanto, pois Roger Waters teria insinuado que entre as discussões, o baterista Nick Mason ficou do lado de David Gilmour.
"Na verdade, sugeri ser democrático. Eu disse: 'Por que simplesmente não votamos? Há apenas três de nós... Não, não, eles não queriam isso. Deus sabe o porquê", contou Waters em uma entrevista recente à Rolling Stone.
Waters disse que a experiência o fez lembrar dos motivos pelos quais ele deixou o Pink Floyd em primeiro lugar e rapidamente descartou a ideia de uma reunião pós-COVID, classificando-a como algo que "seria horrível".
"Eu trocaria minha liberdade por essas correntes? De jeito nenhum", disse ele.
E bem, parece que as coisas pioraram um pouco mais desde então. No fim de semana, Waters lançou seu mais recente vídeo de uma série que vem desenvolvendo na web enquanto socialmente distante. E assim como seus vídeos anteriores, a performance de Waters da faixa "Mother", do Pink Floyd, não recebeu menção alguma no site ou canal de mídia social da banda.
"Isso levanta a questão de por que esse vídeo não está disponível em um site que se autodenomina o site do Pink Floyd?", disse ele posteriormente, em um vídeo de resposta divulgado nesta segunda (18). "Bem, a resposta é que nada que venha de mim está no site. Eu sou banido por David Gilmour do site".
E abrindo o jogo com os fãs, Waters passou a divulgar detalhes adicionais sobre o fracassado encontro de paz. "Cerca de um ano atrás, convoquei uma espécie de 'Camp David' para os membros sobreviventes do Pink Floyd em um hotel no aeroporto de Londres, onde propus todo tipo de medidas para superar esse terrível impasse que temos e a situação em que nos encontramos. Não deu frutos, lamento dizer".
E prosseguiu: "Eu sugeri que, porque quem quer que sejam os 30 milhões de vocês que assinam a página da Web, vocês fazem isso por causa do conjunto que nós cinco criamos. Esse é Syd (Barrett), eu, (o falecido) Rick (Wright), Nick e David, ao longo de vários anos. E, em consequência, parece-me que seria justo e correto se tivéssemos acesso igual a todos vocês e compartilhássemos nossos projetos".
No entanto, Gilmour aparentemente discordou da perspectiva de Waters. "David acha que ele é o dono. Eu acho que ele pensa que, porque eu deixei a banda em 1985, que ele é dono do Pink Floyd, que ele é o Pink Floyd, que eu sou irrelevante e devo ficar de boca fechada", afirmou Waters. "Todos somos gratos por nossas opiniões. Mas houve rumores e queixas de amigos meus que seguem essas coisas, e algumas das perguntas feitas são: 'Por que precisamos sentar e assistir Polly Samson [esposa de Gilmour] ano após ano, mês após mês, dia após dia, e os von Trapps nos lendo trechos de seus romances para nos fazer dormir à noite?' E essa é uma pergunta muito boa".
"'E ainda assim não ouvimos nada do que Roger está fazendo'", disse Waters, agora falando na terceira pessoa,"' ou sobre 'This is Not a Drill' [turnê adiada por Waters], ou quando ele desenvolve um projeto, não é mostrado, e assim por diante. E nenhum de seus trabalhos é divulgado. O fato de o filme dele e de Sean Evans, "Us and Them", que acabou de sair digitalmente para transmissão em qualquer lugar, não ser mencionado".
"Isto está errado. Deveríamos nos levantar", concluiu Waters. Ou isso, "Ou, apenas mude o nome da banda para Spinal Tap, e então tudo ficará bem".
Assista aos comentários completos de Waters abaixo:
An announcement from me. And when I mention the @pinkfloyd website, I also mean the Facebook page and all the rest. pic.twitter.com/x9T8CIAAMp
— Roger Waters (@rogerwaters) May 19, 2020