Caso George Floyd: Madonna divulga vídeo de filho dançando em "homenagem" e recebe críticas na web
Seria uma atitude sábia de Madonna se ela decidisse por "deixar de lado" suas atualizações no Instagram de vez em quando. Nesta última quinta-feira (28), a veterana ícone pop compartilhou um vídeo de seu filho de 14 anos, David Banda, dançando ao som do single do álbum "HIStory", de Michael Jackson, "They Don’t Care About Us" - que inclusive, teve seu vídeo clipe gravado na Bahia, em 1996.
O registro deveria ser uma forma de homenagem à George Floyd, de 46 anos, que foi tragicamente morto por policiais de Minnesota, nos EUA, na noite da segunda-feira (25).
Na legenda do vídeo do filho, Madonna escreveu: "O assassinato brutal viaja pelo mundo todo, meu filho David dança para honrar e homenagear George e sua família, e todos os atos de racismo e discriminação que acontecem diariamente na América". Confira abaixo:
Não é de surpreender que a mensagem tenha chegado com um baque ensurdecedor na web, gerando milhares de críticas e zombarias à "Material Girl" pelo post performático.
Com memes e questionamentos, internautas não pouparam Madonna, e foram desde comentários irônicos como "Madonna mostrando ao mundo todo seu filho negro dançando" à questionamentos como "E como esse vídeo deveria nos ajudar?".
Madonna is fucking weirdo , like wtf that video was going to help us do?? Thank you . Next bitch
— CupcakKe (@CupcakKe_rapper) May 29, 2020
Madonna showing the whole world her black son dancing pic.twitter.com/xSo5wxBJfg
— Dre Hova 💎 (@1gvldendre) May 29, 2020
Madonna I have some bad news about Michael jackson are you sitting down
— Dan Ozzi (@danozzi) May 28, 2020
Em um vídeo captado no momento da abordagem violenta, é possível ver um dos policiais, identificado como Derek Chauvin, pressionando seu joelho e lançando todo seu peso no pescoço de Floyd, que por diversas vezes disse "eu não consigo respirar". A polícia local disse em comunicado que Floyd morreu "após um incidente médico durante uma interação policial".
A ação deu início a uma série de manifestações na cidade, que já duram três dias, com manifestantes ateando fogo em delegacias, carros de polícia, entre outros.
A morte de Floyd foi comparada à de Eric Garner em Nova York em 2014, que assim como Floyd, estava desarmado, não oferecia perigo aos oficiais e repetiu diversas vezes "Não consigo respirar", enquanto era sufocado por um policial - o momento também foi registrado em vídeo. "Executaram meu irmão em plena luz do dia. Estou cansado de ver pessoas negras morrendo", afirmou Philonise Floyd, irmão da vítima, à CNN.
Em declaração posterior, o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, condenou a ação: "Por cinco minutos seguidos, um policial branco em nosso departamento de polícia pressionou o joelho contra o pescoço de um homem negro algemado, que não era uma ameaça e estava articulando muito claramente como sua saúde física estava sendo prejudicada e como ele não conseguia respirar".
O prefeito ainda questionou o motivo pelo qual o policial segue em liberdade. "Nas últimas 36 ou 48 horas, tenho me perguntado a questão subjacente principal: 'Por que o policial que matou George Floyd não está na prisão agora?' E não posso responder a essa pergunta".