Zé Ramalho também se retira do novo álbum de Sérgio Reis
Sérgio Reis está enfrentando a temida onda de cancelamento que a classe artística tenta evitar a todo custo. Alienado por causas políticas indefensáveis, o cantor prefere gritar a favor do presidente Jair Bolsonaro em manifestações antidemocráticas do que preservar sua bem-sucedida carreira na música sertaneja, perdendo nomes de peso que fariam participações em seu novo álbum de regravações, incluindo Zé Ramalho, o quinto artista a anunciar sua retirada da obra.
Guarabyra, Guilherme Arantes, Renato Teixeira e Maria Rita também já tinham desistido de participar do novo álbum de Sérgio Reis, alegando incompatibilidade com o posicionamento explícito a favor do atual governo, que além de cometer repetidos equívocos no combate à pandemia de Covid-19, desconsidera lutas de grande relevância em suas pautas urgentes, que se resumem a reformas tributárias, privatizações e benefícios inexplicáveis à classe empresarial.
A situação atual fez com que Sérgio Reis fosse comparado a Wilson Simonal (1938 - 2000), que foi amplamente "cancelado" no meio artístico brasileiro por supostamente ter se aliado com o governo ditatorial na década de 1970.
Recentemente, Sérgio Reis foi alvo de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal, como parte da ação que investiga incitação a atos antidemocráticos. O mandado foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) disse que "não tem como você ser um político e ficar rico" ou ser um pastor e ficar milionário, a não ser que tenha uma vida dupla como empresário.
Enquanto isso, Sérgio Reis continua perdendo seu prestígio cultural, mas certamente está com boas estruturas políticas para mante-lo com altos índices lucrativos, principalmente se continuar alimentando o apoio cego a Bolsonaro.