Para especialista, escolha de brasileiro no comando da OMC pode trazer benefícios para política externa do país
Na última terça (07), o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo venceu a disputa pelo cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). A disputa final ficou entre o brasileiro, que contou com o apoio dos países emergentes e em desenvolvimento, e o mexicano Hermínio Blanco, considerado o candidato dos países ricos. O professor de Relações Internacionais Paulo Visentini, autor do livro A Projeção Internacional do Brasil, da editora Elsevier, comentou a escolha.
“Sem dúvida, a escolha de um experiente diplomata brasileiro representa uma nova visão dentro da organização, e deve contribuir para desentravar inúmeros impasses, embora o caminho seja longo. Indiretamente, o Brasil terá uma posição política reforçada, não apenas pela nacionalidade do novo Diretor-Geral, mas porque os votantes referendam a política comercial defendida pelo Brasil”, explicou.
O especialista também comentou sobre as possíveis “vantagens” da nomeação do brasileiro na política externa. “Ele não atuará como "delegado do Brasil", mas como representante de uma corrente da qual o Brasil faz parte. A capacidade de articulação do Itamaraty nas negociações foi muito boa, e o resultado está aí. Com um brasileiro no comando, questões como a luta contra subsídios agrícolas, por exemplo, ganharão força e poderão favorecer o país”, afirmou.
A escolha do diplomata brasileiro no comando da OMC é uma das consequências da projeção internacional do Brasil, abordada no livro de Visentini. “O Brasil, desde os anos 1990, mas especialmente desde a virada do século, vem alcançando grande projeção internacional, tanto pela participação ativa em todos os organismos e negociações internacionais, como por sua diplomacia e comércio alcançarem, hoje, todos os continentes. Além disso, a participação do país no BRICS e no G-20, bem como a posição alcançada pela economia brasileira no ranking mundial, conferem grande significado à participação brasileira no comando da OMC”, pontuou.
Com informações da Arteiras Comunicação