Mortos em protestos na Venezuela sobe para 20 e país enfrenta pressão
A tensão continua na Venezuela e o número de mortos não param de subir. Um membro da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e um civil morreram nesta quinta-feira (6) em confronto durante um protesto opositor no leste de Caracas.
Agora o número de mortos desde o início das manifestações se eleva a 20, e estas sacodem a Venezuela e causam a preocupação de membros da ONU, que lamentam a violenta repressão policial.
"Um membro da GNB perdeu a vida depois de ser atingido por um tiro no peito e um moto-taxista também morreu", confirmou na televisão a procuradora-geral do Estado, Luisa Ortega Díaz.
Segundo as autoridades, o incidente aconteceu quando um grupo de motociclistas tentava desmontar uma barricada que obstruía as ruas há dias. Testemunhas assinalaram que os disparos surgiram do grupo de manifestantes opositores. No entanto, o presidente da Assembleia Nacional e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, atribuiu as mortes a "franco-atiradores" escondidos em um edifício.
"Estávamos recolhendo o lixo das barricadas e pessoas começaram a arremessar pedras e garrafas de um edifício, e de repente começaram os tiros", explicou um dos membros do grupo de motociclistas, que se identificou como Ricardo.
Motoqueiros tentaram invadir outros edifícios para responder aos ataques. Em Altamira, no município de Chacao (região de Caracas), a polícia nacional enfrentou dezenas de estudantes e deteve 15 pessoas. O confronto incluiu bombas de gás lacrimogêneo, coquetéis molotov e pedras.
Na ONU, cinco dirigentes da organização exigiram nesta quinta do governo da Venezuela que os casos de agressão contras manifestantes e jornalistas sejam investigados, e pediram a libertação de "qualquer pessoa que permaneça detida arbitrariamente".
"Os recentes episódios de violência ocorridos nos protestos na Venezuela devem ser investigados urgentemente, e os responsáveis devem responder por seus atos na justiça", afirmaram em um comunicado conjunto.
O texto também alerta para as denúncias de violência contra jornalistas e o fechamento de meios de comunicação.
"Garantir a plena proteção dos jornalistas e demais trabalhadores dos meios de comunicação que cobrem este difícil período que o país está vivendo é fundamental", diz a ONU.
A política Venezuelana mergulha em desaprovação em massa desde a morte de Hugo Chávez, assim como também provoca indignação internacional por violar diversos direitos humanos e não respeitar a opinião adversa ao estado. Os manifestantes reinvindicam sobre as consequências negativas dos efeitos da crise econômica no povo, da escassez de produtos básicos, dos abusos policiais e da detenção de ativistas e políticos de oposição.