Rússia recua e pode negociar com ocidente crise ucraniana
A Rússia recuou e sinalizou neste sábado (29) que há uma possibilidade de uma negociação com os ocidentais para a crise na Ucrânia. Isto ocorreria través de uma federalização da ex-república soviética, e descartou outra intervenção militar após a polêmica e recente anexação da região da Crimeia.
Vladimir Putin teve sua ligação para Barack Obama confirmada pelo Kremlin. O presidente russo instou seu colega americano a analisar "medidas que podem ser tomadas pela comunidade internacional em vista de uma estabilização" da situação na Ucrânia.
Ao que parece as duas potências manifestaram a intenção de agir sobre o assunto, e o secretário de Estado americano John Kerry irá se reunir com o chanceler russo Sergei Lavrov em Paris, no domingo. Eles irão discutir a crise na Ucrânia, anunciou neste sábado o Departamento de Estado.
"A reunião acontecerá em Paris, amanhã à noite", disse a jornalistas a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, que havia anunciado pouco antes que Kerry, em uma mudança de programa de último minuto, estava a caminho de Paris para uma possível reunião sobre a crise ucraniana com Lavrov.
Washington já havia anunciado a realização deste encontro para discutir uma proposta dos Estados Unidos para acabar de forma pacífica com a crise com a Rússia.
Vladimir Putin, no entanto, manifestou preocupação com a "onda extremista" na Ucrânia e a situação na Transnístria, região de língua russa da Moldávia, ex-república soviética entre a Romênia e a Ucrânia, onde as tropas russas estão estacionadas. Putin denunciou um "estado de sítio" e apelou para negociações internacionais.
Após semanas de tensão, esta abertura de uma negociação pode pôr fim a desavenças e diferenças entre as potências que ocorreram após a destituição do presidente ucraniano Viktor Yanukovytch por militantes pró-europeus e a anexação da Crimeia pela Rússia