Veja quem é André Mendonça, substituto de Moro no Ministério da Justiça
Após cotações e incertezas sobre o substituto de Sérgio Moro, o Governo decidiu indicar André Luiz Mendonça, da Advocacia-Geral da União (AGU), para o comando do Ministério da Justiça. Inicialmente, o presidente Jair Bolsonaro tinha interesse no ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, mas aliados do governo exerceram ação recomendativa fundamental para que fosse escolhido um nome menos conectado à família Bolsonaro, com intuito de evitar novas críticas, sobretudo depois que Alexandre Ramagem foi confirmado como novo diretor-geral da Polícia Federal.
Mendonça, atual ministro da Justiça, é bacharel em Teologia e pastor auxiliar na igreja presbiteriana Esperança, em Brasília. De acordo com assessores, a atuação religiosa não é remunerada, e Mendonça seria responsável pela formação espiritual de crianças em retiros e recreações e pela pregação nos cultos, de acordo com escala de revezamento entre os pastores.
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Outro fato curioso é que Mendonça só se aproximou de Bolsonaro no final de 2018, já que, anteriormente, demonstrava certo entusiasmo pela campanha eleitoral de Marina Silva, também evangélica. O ministro, entretanto, afirma que nunca tratou de assuntos políticos com a então candidata à presidência pela Rede Sustentabilidade. Curiosidade extra, também, foi o apoio de Mendonça ao ex-presidente Lula em artigo publicado no jornal Folha de Londrina, em 2002.
Mendonça tem perfil notório de combate à corrupção. Entrou na AGU em 2000, através de concurso, após advogar para a Petrobrás, e se tornou corregedor-geral, adjunto do procurador-geral da União e, posteriormente, foi convidado pelo atual presidente do Supremo, Dias Toffoli, para se tornar diretor do Departamento de Patrimônio e Probidade.
A relação com Toffoli favorece o respaldo no Supremo, além do Prêmio Innovare recebido por Mendonça pela recuperação de ativos desviados em casos de corrupção. O atual ministro da Justiça era conhecido, também, como forte opção de Bolsonaro para a indicação à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), que será aberta em novembro com a saída de Celso de Mello.