Alexandre de Moraes é atacado por bolsonaristas após suspender nomeação de Ramagem à PF
Comemorada por delegados da cúpula da Polícia Federal, a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem ao cargo de direção-geral da instituição foi encarada com amargor pelo presidente Jair Bolsonaro e seus fiéis seguidores, que deram início a uma onda de ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Para boa parte da cúpula da PF, as graves denúncias disparadas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, foram primordiais para a decisão e reforçam a necessidade da liminar contra a escolha de Ramagem para o cargo, sobretudo pela forte relação do diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com a família Bolsonaro.
Bolsonaristas, portanto, utilizam as redes sociais como palco de agressões verbais e ameaças, por vezes violentas, ao ministro do STF, com argumentos referentes à suposta soberania máxima do presidente em relação aos demais poderes federais, ou seja, que absolutamente ninguém pode contestar as decisões de Bolsonaro, mesmo que sejam contrárias às necessidades da nação e prejudiquem a dinâmica oficial entre a Polícia Federal e o governo.
É claro que, entre os comentários, sobram acusações de "comunismo", referências inexplicáveis a Lula e à China, além da constante exaltação do presidente da república, que protagoniza um show de horrores em meio à pandemia e continua tomando decisões decadentes que o auxiliam a alcançar seus interesses pessoais sob comando do país.
Um usuário assíduo do Twitter e fiel seguidor de Bolsonaro inicia uma de suas publicações recentes com "O gado da Nova Esquerda é muito burro", criticando as comemorações após a decisão de Moraes. A deputada federal Bia Kicis criticou o ministro e afirma que "Nunca se viu tanta interferência em um governo em uma democracia". Não demorou muito para surgir a hashtag "STFVergonhaNacional" no Twitter, com milhares de comentários explosivos dos usuários, revoltados com a decisão e preocupados com as consequências futuras para o presidente.