Brasileiros ainda tentam entender entrevista desastrosa de Regina Duarte à CNN

Atriz não soube articular respostas e chocou o país com deboches à morte e exaltação à Ditadura Militar.
Atriz não soube articular respostas e chocou o país com deboches à morte e exaltação à Ditadura Militar.
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Regina Duarte concedeu entrevista à CNN na noite da última quinta-feira (7), mas até a tarde desta sexta-feira (8), brasileiros tentam entender o que a atriz estava fazendo ali, pois a cada resposta, demonstrava falta de conhecimento sobre a real história do país e uma ironia difícil de aceitar durante a pandemia, afinal, acima de tudo ela é Secretaria Especial da Cultura e espera-se que surjam argumentos racionais e compreensíveis de qualquer um que encare um cargo de tamanha relevância nacional. 

No bate-papo, a atriz brincava, ria e debochava de inúmeras situações, com destaque para o momento em que começou a dançar e cantar a música "Pra Frente Brasil", composta por Miguel Gustavo para a Copa do Mundo de 1970 e que acabou se tornando um símbolo da Ditadura Militar. "Não era bom quando a gente cantava isso?", disparou Duarte, gargalhando. Confira:

Um dos maiores choques está centrado nos artistas, que se manifestam nas redes sociais em tom de desespero diante do comando de Regina Duarte à frente da Secretaria de Cultura do governo Jair Bolsonaro. Tonico Pereira afirma que já imaginava que a atriz desempenharia um péssimo trabalho, mas que conseguiu ficar impressionado: "foi muito pior do que eu pensava", garantiu o ator.

Durante a entrevista, inclusive, Duarte se irritou quando a CNN mostrou um vídeo enviado por Maitê Proença em que exige soluções concretas para a classe artística. "Eu não quero ouvir, ela tem meu telefone. Eu tinha tanta coisa pra falar, vocês estão desenterrando mortos", esbravejou após a fala da "colega" de profissão, mostrando aos jornalistas da emissora que seria praticamente impossível dar continuidade à entrevista. 

E por falar em morte, este foi outro assunto encarado em tom de deboche pela atriz, que logo após ouvir do entrevistador alguns pontos extremamente negativos da ditadura, decidiu refletir sobre a humanidade, alegando que, onde há vida, há morte, e por isso não deveríamos nos ater a isto, também ignorando o luto em meio ao falecimento de grandes nomes da televisão e cinema brasileiro nos últimos meses, incluindo a trágica despedida de Flavio Migliaccio.

Regina Duarte demonstrou o nível de despreparo para gerir a pasta da Cultura do país e preocupa, além de especialistas políticos realmente angustiados com a pandemia, os difusores da arte.

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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