Enem 2020: Estudantes se revoltam com abertura das inscrições e sugerem boicote ao exame
O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mantiveram a normalidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no ano em que o mundo vive a pandemia da Covid-19, com a prevalência de um discurso claramente equivocado sobre a realidade dos brasileiros que estão se preparando para o vestibular. Muitos não têm livre acesso à internet e a outros recursos tecnológicos que, de acordo com o ministro Abraham Weintraub, formariam o alicerce dos estudos para a edição 2020 do exame, esquecendo que existem disparidades sócio-econômicas fundamentais entre os concorrentes às vagas nas universidades.
No Twitter, vários estudantes sugerem boicote ao Enem 2020 e fazem suas críticas direcionadas às inscrições, que foram abertas nesta segunda-feira (11), e à postura do MEC, que não deveria medir esforços para auxiliar os estudantes. "Minha vontade era que todo mundo fizesse boicote no Enem mas não precisa porque o próprio Enem se encarregou de boicotar seus alunos com pouca ou nenhuma acessibilidade, e a Educação brasileira continua dando passos pra trás", disse uma internauta.
Obviamente, não são todos que concordam com um boicote ou com os argumentos que apresentam as diferenças sociais entre os participantes, a exemplo de um usuário que afirmou que "todos devem estar preparados para o Enem", em resposta a outro usuários que sugeria o adiamento da prova. "A coisa mais certa era o governo criar consciência e cancelar o Enem esse ano, mas como isso não vai acontecer cabe aos movimentos estudantis e aos alunos fazerem um boicote à prova", disparou outro internauta.
As inscrições para o Enem 2020 se estendem por pouco tempo, até o próximo dia 22 de maio, e o período para solicitação de isenção da taxa de inscrição já foi encerrado no último dia 17 de abril. As duas provas estão marcadas para os dias 1º e 8 de novembro.