Campanha "Somos 70 por Cento" ganha forte adesão
O economista Eduardo Moreira iniciou despretensiosamente uma campanha nas redes sociais denominada “Somos 70 por Cento”, em alusão aos praticamente 70% de entrevistados pela última pesquisa Datafolha que reprovam a aproximação do presidente Bolsonaro com o chamado “Centrão”. A campanha alcançou até o momento mais de 42 mil tuites.
O problema do Brasil é que os 70% se sentem como 30% e os 30% como 70%. É hora de agir com #coragem
— Eduardo Moreira (@eduardomoreira) May 28, 2020
Em seus tuites, Eduardo Moreira relata que “70% rejeitam aproximação ao Centrão (Datafolha); 70% acham Bolsonaro Péssimo/Ruim/Regular; 70% apoiam medidas de isolamento Mais de 70% sabem que a terra é redonda #Somos70porcento”. O levantamento do Instituto Datafolha entrevistou 2.069 pessoas, com margem de erro de dois pontos percentuais.
Em entrevista à Fórum, Eduardo relatou sobre o sentimento que perpassa os que não apoiam o atual presidente, tendo a impressão de que não são a maior parte da população: “O curioso é que a gente age como se fossemos minoria, e eles agem como maioria. Falam, gritam, colocam medo em todo mundo. Mas somos maioria, quem tem que ter medo são eles”, afirmou.
O movimento atual do economista ganhou força em meio à um momento de muitas manifestações políticas e sociais sobre o caso de assassinato de George Floyd, nos EUA, que está gerando há dias protestos no país e muita violência. “É muito importante que tenhamos uma frase [#Somos70porcento], como os Estados Unidos, que adotaram a frase ‘I can’t breath’ [em referência à palavra de ordem nos protestos antirracistas nos EUA após a morte de George Floyd]”, e continuou, “É preciso que as pessoas percam o medo de se posicionarem. Não precisamos ter medo de nada”.
Em força de contra-campanha, os apoiadores do presidente subiram a hasgtag "Somos 57 milhões", em referência as 57 milhões de pessoas que votaram em Bolsonaro para a presidência em 2018.