Weintraub se cala em depoimento à Polícia Federal
A Polícia Federal, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, foi ao Ministério da Educação colher o depoimento do ministro Abraham Weintreub, após a divulgação do vídeo da reunião ministerial.
A reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e os seus ministros ocorreu no dia 22 de abril e foi citada pelo ex-ministro Sérgio Moro como uma prova material da intervenção do presidente da Polícia Federal. No vídeo, o ministro Weintraub diz: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.
O ministro Alexandre de Moraes solicitou o depoimento por considerar na fala a possibilidade de enquadramento em difamação e injúria ou crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social. Ele também é o responsável pelo inquérito que apura disseminação de notícias falsas e ameaças ao STF.
Durante o interrogatório da PF para averiguar o teor da fala do ministro, Weintraub manteve-se em silêncio e não respondeu às perguntas, afirmando que gostaria de fazer uso de seu direito constitucional de permanecer calado.
O governo, por sua vez, tentou impedir que a polícia federal fosse colher depoimento com um habeas corpus preventivo por meio do atual ministro da Justiça, André Luiz Mendonça, ao STF. A ação de Mendonça foi amplamente criticada, na tentativa de blindar o governo em uma solicitação indevida. O ministro da Justiça alega que a fala do ministro da Educação caracteriza-se como “liberdade de expressão”.
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— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) May 28, 2020
Weintraub também é investigado pelo STF por suposto crime de racismo contra chineses, quando publicou em suas redes sociais uma montagem com foto do desenho “Turma Da Mônica” escrevendo o texto usando a letra “L” no lugar de “R” em algumas palavras em possível alusão de como chineses falam em português. Anteriormente a imagem, o ministro também publicou um post em que dizia que a China poderia se beneficiar com a crise provocada pelo novo coronavírus, mas apagou a publicação.