Alvo da PF, Helder Barbalho ameaça fornecedor de respiradores na Justiça

O governador do Pará, Helder Barbalho, se tornou alvo das investigações da Polícia Federal que apuram a existência de fraude na compra de respiradores durante a pandemia no estado. De acordo com a PF, o Pará desembolsou R$ 50,4 milhões para a empresa vendedora do equipamento, metade paga antecipadamente, mas além de atrasarem, os respiradores não funcionaram para os devidos propósitos e tiveram que ser devolvidos. 

Iniciada após indícios da Procuradoria-Geral da República sobre a possível proximidade entre Helder e o empresário responsável pela venda do equipamento, a operação Para Bellum, como foi chamada, emitiu 23 mandados de busca e apreensão no Pará e mais seis estados, incluindo, além do filho de Jader Barbalho, o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, servidores públicos estaduais e os sócios da empresa investigada. Os agentes da PF compareceram às residências dos investigados, no palácio dos despachos, na sede do governo do Pará, nas empresas ligadas aos alvos e nas secretarias de estado de Saúde, Casa Civil e Fazenda do Pará. 

Em sua conta oficial no Twitter, Helder esclareceu a situação com os seguidores e aproveitou para dizer que acionou o fornecedor dos respiradores na Justiça, exigindo o pagamento de indenização por danos morais coletivos. "Estou tranquilo e à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário. Agi a tempo de evitar danos ao erário público, já que os recursos foram devolvidos aos cofres do estado", esclarece o governador.

"Por minha determinação o pagamento de outros equipamentos para a mesma empresa está bloqueado e o Governo entrou na justiça pleiteando indenização por danos morais coletivos contras os fornecedores", prossegue. "Por fim, esclareço que não sou amigo do empresário e, obviamente, não sabia que os respiradores não funcionariam", encerra a sequência de postagens na rede social. 

O nome "Para Bellum" foi herdado do Latim, e pode ser traduzido como "preparar-se para a guerra". 130 policiais federais participam da ação e contam com o apoio da Receita Federal e da Controladoria Geral da União e cumprimento de mandados no Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Distrito Federal.