Para Ciro Gomes, operações da PF e inquéritos no STF alcançarão Bolsonaro em breve
Ciro Gomes participou do quadro Visão do Poder, da CNN Brasil, na tarde desta terça-feira (16), para fornecer sua avaliação sobre as atuais operações da Polícia Federal e dos inquéritos no Supremo Tribunal Federal que investigam fake news e atos antidemocráticos, e deixou claro que os resultados devem atingir o presidente Jair Bolsonaro "muito em breve", graças à participação ativa dos filhos, Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro em atos presentes nas investigações.
"O nível de calor com que o Bolsonaro tem introduzido essa crise política ao lado da crise de saúde pública sem precedentes ao lado da crise econômica que não está entendo ainda o tamanho e a profundidade dessa crise só se deve a uma razão: o pânico que o Bolsonaro tem, pelas informações que ele já tem, de que sua família, seus filhos e ele próprio devem ser atingidos com tempos relativamente curtos, acho que nos próximos seis meses", esclareceu o vice-presidente do PDT.
"Um são os inquéritos que estão circulando, estão perto de concluir, no Ministério Público do Rio de Janeiro. Dali vão sair as evidências de envolvimento, não só no desvio de dinheiro, mas no envolvimento com milícias. E os outros derivam da CPI das fakes news no Congresso Nacional, que prorrogou por 180 dias, apesar do filho dele, do Eduardo Bolsonaro ter tentado encerrar, e os dois inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. A gente que tem informação sabe que todas essas iniciativas vão alcançar o Bolsonaro, através dos seus filhos, imediata e instantaneamente", prosseguiu Gomes.
Na entrevista, o ex-candidato à presidência da república também criticou a falta de estratégias econômicas eficientes, as crises no Ministério da Saúde e a insistência de Bolsonaro em manter uma postura anti-científica durante a pandemia. Sobre os ministros de origem militar, Ciro faz uma análise com grande preocupação.
"O exército brasileiro sempre teve uma tradição de base social popular, e infelizmente agora nós estamos vendo ameaças de generais traidores, na minha opinião, sem agenda de nada a não ser proteger um bandido e a sua família de bandidos, de um governo inconsequente, e veja qual é a consequência na opinião do povo quando 120 mil ou 80 mil brasileiros estiverem mortos e todo mundo olhar para trás e quem comandava o Ministério da Saúde era um general da ativa com 23 militares sem nenhuma experiência em saúde pública. É uma lesão na imagem que nossos militares não merecem", explicou Gomes.