Parler: Bolsonaro e seguidores aderem à rede social conservadora
O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos aderiram ao Parler, rede social utilizada e defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A plataforma atinge índices cada vez maiores de sucesso entre o público conservador norte-americano, sobretudo após o aumento das discussões e investigações sobre desinformação na web e a intensa onda de protestos contra o racismo desencadeadas após a morte de George Floyd, Breonna Taylor e Ahmaud Arbery, que se tornaram símbolos do movimento "Black Lives Matter" ("Vidas Negras Importam") ao redor do mundo e, consequentemente, frearam consideravelmente manifestações preconceituosas em redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter.
A controversa PL das Fake News, aprovada no Senado e encaminhada à Câmara, divide opiniões de ambos os lados políticos e atinge pontos que vão muito além da luta contra a desinformação. Se entrar em vigor, a nova Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet simbolizará mudanças significativas nas redes sociais, incluindo a queda da privacidade dos usuários, que serão submetidos a vigilâncias mais severas em relação aos encaminhamentos de mensagens em corrente.
No caso dos conservadores de direita, a situação é diferente. Uma parte busca driblar os "posts apagados" que já atingiram o próprio presidente brasileiro, seus filhos, Eduardo e Flávio Bolsonaro, blogueiros bolsonaristas e demais apoiadores, por violação das regras de publicações "enganosas ou prejudiciais". Outra parcela já está na mira da Justiça pela disseminação de Fake News. Ou seja, o Parler se tornou palco de refúgio àqueles que se sentiram prejudicados com a busca pelo fim da desinformação.
Aos que buscam regular este problema com soluções mais dinâmicas, a procura por um cenário ideal ainda continua. Há pouco tempo foram expostos ao mundo os perigos do armazenamento de metadados para análises e controles sociais, a exemplo das exposições do ex-agente da CIA Edward Snowden, em 2013, que denunciavam publicamente a prática de espionagem do governo norte-americano com o uso de dados conectados a ligações e mensagens de textos dos cidadãos. Uma coisa é certa: aderir a uma rede social conservadora não é a resposta.