Bolsonaro brinda, agradece cloroquina e diz que viverá por muito tempo
Após confirmar o diagnóstico positivo para Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro utilizou sua conta no Twitter nesta quarta-feira (8) para afastar quaisquer rumores que indiquem complicações em seu quadro de saúde. Ele iniciou uma série de quatro publicações subsequentes defendendo as medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos, que ele mesmo lutou contra e, em seguida, reforçou o potencial do auxílio emergencial como forma de preservar o sustento de famílias carentes, destacando as 5 parcelas de R$ 600,00, quando, na verdade, ele próprio havia sugerido o valor de no máximo R$ 200.
B- O nosso Governo atendeu a todos com recursos e meios necessários. Mais ainda, criamos meios para preservar empregos e auxiliamos com 5 parcelas de R$ 600,00 um universo de 60 milhões de informais/"invisíveis."
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 8, 2020
No terceiro post, Bolsonaro afirma que "nenhum país do mundo fez como o Brasil". Segundo ele, o país pode ser considerado um exemplo na preservação de vidas (são 1.674.655 casos e 66.868 mortes confirmadas na manhã em que o presidente fez as publicações). Por fim, um brinde público à cloroquina, para coroar a série de publicações como uma espécie de piada de mau gosto, ovacionada pelos apoiadores bolsonaristas.
D- Aos que torcem contra a Hidroxicloroquina, mas não apresentam alternativas, lamento informar que estou muito bem com seu uso e, com a graça de Deus, viverei ainda por muito tempo. pic.twitter.com/koydDXoHUT
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 8, 2020
Enquanto os seguidores comemoram, Bolsonaro arma seus novos passos, já com pretensão de escolher nomes certeiros e vantajosos ao Ministério da Educação. A equipe do presidente já estaria dialogando com três evangélicos, provavelmente com intuito de reativar a potência dos laços com a bancada religiosa de extrema direita. São eles: o ex-vice reitor do Mackenzie em São Paulo, Milton Ribeiro, o professor da Universidade de Brasília (Unb), Ricardo Caldas, e o reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Anderson Correia.
Além disso, Bolsonaro vetou nesta quarta a obrigação do governo em fornecer água potável, higiene e leitos hospitalares para indígenas, ao sancionar, com um total de 14 vetos, o projeto que prevê medidas de proteção social para prevenção de contágio da Covid-19 em territórios indígenas.