Márcia Aguiar, esposa de Queiroz, se apresenta à polícia para cumprir prisão domiciliar
A esposa de Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, se apresentou na sexta-feira (10) à noite à polícia para cumprir sua prisão domiciliar proferida pelo presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha. Márcia era considerada foragida desde o dia 18 de junho.
Queiroz é ex-assessor do gabinete do então deputado federal, hoje senador, Flávio Bolsonaro (Republicanos - RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) e é acusado de um esquema de "rachadinha" (devolução de parte do salário) entre os demais funcionários do gabinete.
Investigado desde 2018, por ser considerado o operador do esquema, Queiroz estava desaparecido há mais de um ano, e foi encontrado no mês passado em Atibaia, São Paulo, na casa do ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. O esconderijo de Queiroz foi encontrado após a investigação do celular de Márcia por troca de mensagens entre o casal.
De acordo com o MP-RJ, 11 assessores de Flávio chegaram a repassar pelo menos R$ 2 milhões a Queiroz, principalmente por via de depósito em espécie. A esposa de Queiroz, por sua vez, também era assessora e teria participado do esquema, e era procurada pela polícia porque MPRJ considerou que tanto Márcia quanto Queiroz tinham "manifesto intento de fuga".
A prisão temporária de Queiroz e Márcia foi decretada no ato, mas apenas Queiroz foi encontrado, e estava desde então no Rio de Janeiro. A defesa do ex-assessor apelou, dado que Queiroz passou por cirurgias recentemente e possui saúde debilitada, além de, segundo seus defensores, ser ameaçado de morte.
Com isso, o juiz João Otavio Noronha concedeu prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica à Queiroz, como ação preventiva em meio à pandemia do novo coronavírus para preservar sua saúde. E concedeu o mesmo modelo de prisão à Márcia para que pudesse "cuidar de seu marido". Com a decisão favorável de prisão domiciliar, Márcia se apresentou e seguiu para Taquara, endereço oficial do casal.