Gilmar Mendes tenta evitar represália das Forças Armadas após citar genocídio

Ministro do STF disse que respeita as Forças Armadas, mas não concorda com gestão militar na Saúde
Ministro do STF disse que respeita as Forças Armadas, mas não concorda com gestão militar na Saúde
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, está fazendo o possível para evitar represálias das Forças Armadas após fazer declarações contrárias à presença de militares em posições de comando na área da Saúde. Após afirmar que o Exército se associou com o "genocídio", Mendes emitiu uma nota de esclarecimento para tentar manter um diálogo mais ameno.

"Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros", explicou Gilmar Mendes, que também mencionou as 72 mil mortes por Covid-19 no Brasil como exemplo de displicência na análise de políticas públicas de saúde em meio à dissipação de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde, comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuello.

Bolsonaro dissipou intrigas com o Ministério da Saúde após entrada de Pazuello
Bolsonaro dissipou intrigas com o Ministério da Saúde após entrada de Pazuello
Bolsonaro dissipou intrigas com o Ministério da Saúde após entrada de Pazuello

"Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela Covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas", continuou Mendes na nota de esclarecimento. 

A crise gerada pelas declarações iniciais do ministro do STF sobre as Forças Militares atinge proporções cada vez maiores, com retornos negativos do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e o vice-presidente Hamilton Mourão.

Fernando Azevedo e Hamilton Mourão repudiaram declarações iniciais de Mendes
Fernando Azevedo e Hamilton Mourão repudiaram declarações iniciais de Mendes
Fernando Azevedo e Hamilton Mourão repudiaram declarações iniciais de Mendes

Azevedo informou que iria acionar a Procuradoria-Geral da República contra o magistrado, pois entendeu que as acusações feitas por Mendes foram ilegais. Nos bastidores, o presidente do STF, Dias Toffoli, estaria trabalhando de forma frenética para conter as represálias iminentes, ressaltando que a visão do ministro não generaliza a Corte. 

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
Fale com o autor: [email protected]
Conheça nossa redação. Ver equipe.

Escolha do editor

Comentários

O que você achou?
Compartilhe com seus amigos: