Fake news: Bolsonaristas acusam ONGs de explorarem Amazônia
Em uma nova onda desenfreada de negacionismo, bolsonaristas utilizam as redes sociais para promover uma campanha de desinformação que, além de totalmente distante da realidade, comprova o que muitos já sabem: não adianta apontar o que é verdade ou não. Para uma parcela da sociedade, qualquer afirmação desconfortável às próprias convicções, é "fake news".
Nesta quinta-feira (10), o Twitter amanheceu banhado de robôs obcecados pela necessidade de defender o presidente Jair Bolsonaro contra qualquer tipo de acusação referente ao desmatamento dos biomas brasileiros, utilizando a Amazônia como foco, e uma hashtag em inglês, para não perder o costume.
"#StopFakeNewsAboutAmazon" aparece em primeiro lugar na plataforma, reunindo afirmações grotescas que poderiam ser refletidas diretamente aos criadores. "A Amazônia nunca foi tão bem cuidada com agora", disse uma internauta, aparentemente motivada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - um dos braços direitos de Bolsonaro - que compartilhou um vídeo, em inglês, com a seguinte afirmação: "Amazônia não está queimando". A frase aparece no vídeo e na legenda do ministro, que também esmiuçou os detalhes da fonte: "Recebi este vídeo".
Entre as fake news, os defensores de Bolsonaro acreditam fielmente que as ONGs são as verdadeiras responsáveis pela exploração ambiental.
"Essas ONGs da Amazônia devem ser todas extintas, todo e qualquer dinheiro deve ser aplicado no Ibama e na Polícia Federal e nas Forças Armadas para o monitoramento", sugeriu um internauta.
"Brasileiro que ajuda a espalhar FAKE NEWS de que a Amazônia está em chamas está cometendo crime contra o próprio país", esbravejou outra usuária.
O Co-fundador do Movimento Brasil Conservador, Henrique Oliveira, foi além: "A Esquerda abriu as portas para ONGs que exploram a Amazônia."
A campanha de desinformação surge em meio à massiva campanha SOS Pantanal, que busca frear a destruição do bioma com petições relacionadas à exoneração imediata do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a campanha DefundBolsonaro, que apresenta o presidente como um dos grandes responsáveis pela destruição da Amazônia.