Intimado a depor, Bolsonaro tenta recorrer e é chamado de 'fujão' na web
A decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que obriga o presidente Jair Bolsonaro a depor presencialmente no inquérito que apura suposta interferência na Polícia Federal, tenta ser contornada a todo custo pela Advocacia-Geral da União (AGU), que recorreu da decisão, alegando que o depoimento pode ser realizado por escrito.
A AGU ainda argumenta que o recurso seja analisado por Marco Aurélio Mello, já que Celso de Mello está de licena médica, mesmo com a sinalização do decano sobre sua permanência sob comando das decisões de quaisquer processos de sua relatoria.
A situação é tão controversa que gerou uma manifestação mais assídua dos internautas nesta quinta-feira (17), reunindo, inclusive, críticas de usuários vinculados à direita, mais propensos a defender o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, responsável pelas acusações que geraram a abertura do inquérito, em maio.
Em algumas publicações, os internautas demonstram criatividade máxima com montagens para descrever o presidente como "fujão", a exemplo de uma imagem em que seu rosto aparece no corpo do personagem Forrest Gump, originalmente interpretado por Tom Hanks, durante um dos momentos icônicos em que corre desesperadamente pelo cenário para fugir dos problemas, mas no lugar do veículo que segue o protagonista no filme, a pessoa que criou a montagem inseriu uma viatura da PF.
O prolongamento da discussão sobre a necessidade de Bolsonaro depor presencialmente está diretamente ligada a um buraco jurídico no Código de Processo Penal, que prevê o direito de prestar depoimento por escrito nos casos em que o presidente da república é testemunha. Porém, não há nenhuma regra que especifique o processo nos casos em que o presidente é o investigado.