Perseguido, Boulos teme que Bolsonaro transforme PF na Gestapo
Mesmo intimado a prestar depoimento presencial no inquérito que apura supostas interferências na Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro ainda exerce livremente sua influência na instituição, pelo menos de acordo com as recentes acusações de perseguição do candidato à prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), intimado a prestar esclarecimentos sobre as críticas a Bolsonaro nas redes sociais, em inquérito aberto no Departamento de Inteligência Policial (DIP).
Boulos utilizou sua conta no Twitter para expor o caso aos seguidores, repudiando a ação e apresentando mais uma vez seu descontentamento com o atual governo. "Bolsonaro quer eleger Russomano e acionou a PF pra tentar me intimidar. O medo deles do nosso crescimento só mostra que estamos no caminho certo. São Paulo vai ser a capital da resistência!", disse o candidato a prefeito ao compartilhar a matéria de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, que recentemente teve um perfil fake confundido por Paola Carosella.
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Já pela tarde, Boulos voltou ao Twitter para afirmar que o presidente está tentando lhe intimidar. "Seu sonho é transformar a PF numa Gestapo. Não vamos permitir. Mais do que isso: vamos derrotar o bolsonarismo em SP e começar a virar esse jogo!", exclamou Boulos, levando a palavra "Gestapo", que refere-se à polícia secreta oficial da Alemanha Nazista, para os assuntos mais comentados da plataforma.
Em meio às discussões relacionadas à recente intimação, Guilherme Boulos também aproveitou para citar novamente o esquema de rachadinha e os misteriosos R$ 89 mil depositados por Fabrício Queiroz a Michelle Bolsonaro, alegando que o presidente está promovendo distrações para abafar seu envolvimento com esquemas de corrupção.