Butantan recebe aval da Anvisa para importar matéria-prima da CoronaVac
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A partir desta quarta-feira (28) o Instituto Butantan foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a importar a matéria-prima necessária para produzir a CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac no combate contra o novo coronavírus.
Com o componente, o Butantan será capaz de produzir 40 milhões de doses da CoronaVac. Apesar de ainda não ter recebido a autorização para aplicação na população, a Anvisa já havia liberado a importação de 6 milhões de doses da vacina que virão envasadas e prontas para uso.
O Butantan e a Sinovac testaram e desenvolveram a vacina em parceria nos últimos meses, que está atualmente na sua terceira fase. O pedido de importação da matéria-prima foi feito há mais de um mês, em 23 de setembro, visando produzir as doses para ficarem à disposição para aplicação a partir de dezembro.
A Anvisa reforçou que CoronaVac ainda não tem registro no Brasil. "Os estudos ainda estão em andamento e não existe previsão de data para a vacinação", informou a nota oficial do órgão. Em relação a segurança do imunizante, apenas dados parciais foram apresentados pelo governo de São Paulo, mas sem nenhuma publicação em revistas científicas.
Com a produção realizada no Instituto Butantan, ligado ao estado de São Paulo, há uma disputa entre o governador João Doria e o presidente da República, Jair Bolsonaro. Bolsonaro é contrário ao que denomina "vacina chinesa" e sua obrigatoriedade. Com o impasse, o atual Ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi desautorizado a comprar as doses da vacina, mas o governo de São Paulo informou que será o responsável pelo pagamento das 46 milhões de doses.
Agradeço a ANVISA pela aprovação da importação da matéria-prima para a produção nacional da Vacina contra a COVID-19. Desta forma, poderemos produzir a Coronavac aqui em SP, no Instituto Butantan, que há 120 anos presta serviços ao País e produz vacinas para os brasileiros.
— João Doria (@jdoriajr) October 28, 2020
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