Após fala de Mourão sobre vacina contra a Covid-19, Bolsonaro rebate: “A caneta Bic é minha”
Na sexta-feira (30) o vice-presidente Hamilton Mourão informou em entrevista à Veja que o governo iria sim investir na vacina de origem chinesa desenvolvida para combater a Covid-19.
"Já colocamos recursos no Butantan", disse Mourão, contradizendo o presidente Jair Bolsonaro, que havia dito na quarta-feira (21) que a vacina Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, não seria comprada pelo governo federal. O governo de São Paulo já informou, inclusive, que irá pagar as 46 milhões de doses que serão geradas a partir da importação da matéria-prima.
Na visão de Mourão, a polêmica sobre imunização é apenas uma “briga política” entre o presidente e João Doria. Segundo ele, o enfrentamento da Covid-19 no Brasil feito pelo governo é considerado “nota oito”.
A declaração de Mourão não caiu bem para o governo. Após esta fala, Bolsonaro afirmou pela parte da noite que cabe a ele tomar a decisão se comprará a vacina chinesa: "A caneta Bic é minha". Antes da compra das doses e da matéria-prima autorizados pela Anvisa, Bolsonaro afirmava que não investiria em vacina sem aprovação do órgão regulador.
Este não é o primeiro embate entre o vice e o presidente, Mourão já foi contra ideias do chefe de estado quando relatou que o aborto “é uma decisão da pessoa”, participou de reunião da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além do antigo jogo político sobre a transferência da embaixada brasileira de Israel para Jerusalém, entre outros impasses.