Homem negro é espancado até a morte por PM e segurança de supermercado em Porto Alegre
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João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, foi espancado até a morte por um segurança e por um PM temporário fora de serviço no supermercado Carrefour, na zona Norte de Porto Alegre, na noite da última quinta-feira (19), véspera da celebração do Dia da Consciência Negra no Brasil.
A confusão teria sido ocasionada após uma discussão entre Freitas e a operadora do caixa que o atendeu no estabelecimento. Freitas foi levado pelo segurança até o estacionamento localizado no andar inferior, onde o policial militar temporário, que estava ali apenas como cliente, se apresentou para auxiliar no deslocamento.
Segundo relato de uma funcionária do supermercado, Freitas teria desferido um golpe contra o PM, desencadeando um tumulto maior que terminou com o espancamento de Freitas. "Eles chegaram a subir em cima do corpo dele, colocaram perna no pescoço ou no tórax", afirmou o delegado Leandro Bodoia. Os agressores foram presos, suspeitos de homicídio doloso, quando há a intenção de matar.
Homem NEGRO é espancado até a morte, EM PORTO ALEGRE, por seguranças do SUPERMERCADO CARREFOUR. Covarde e bárbaro homicídio !!!Homem é morto após ser espancado por seguranças em supermercado da zona norte de Porto Alegre https://t.co/HR3smaDJVd pic.twitter.com/xUPJ1hkLgp
— Pedro Ruas (@PedroRuasPsol) November 20, 2020
Alguns vídeos filmados por pessoas que passavam pelo local mostram trechos da violência, que rapidamente levantou novas discussões sobre o racismo, com resgates aos casos que geraram inúmeros protestos ao longo do ano, a exemplo das mortes de George Floyd, Ahmaud Arbery e Breonna Taylor nos Estados Unidos, e do caso João Pedro, baleado durante uma operação policial em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou ao local, as ações de ressureição dos funcionários já não surtiram efeito, e Freitas não resistiu aos ferimentos. Agora, a polícia aguarda os resultados do laudo pericial para descobrir a causa principal da morte da vítima, o que poderá auxiliar diretamente na acusação formal de homicídio para o PM e o segurança do estabelecimento, já que a defesa dos agressores pode se beneficiar de uma possível causa atrelada a um ataque cardíaco ou outro problema que não esteja diretamente conectado aos golpes.
A investigação segue com a 2ª DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).
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