Caso João Alberto: Após diversas manifestações contra o racismo, CEO do Carrefour pede desculpas na TV
O CEO do grupo Carrefour no Brasil, Noel Prioux, divulgou um comunicado em nome da empresa que foi transmitido no sábado (21) na televisão aberta às 21h, lamentando a morte de João Alberto Silveira Freitas, que ocorreu dentro de um supermercado da rede em Porto Alegre-RS, na quinta-feira (19).
"O que aconteceu na loja do Carrefour foi uma tragédia de dimensões incalculáveis, cuja extensão está além da minha compreensão como homem branco e privilegiado que sou. Antes de tudo, meus sentimentos à família de João Alberto. E meu pedido de desculpas aos nossos clientes, à sociedade e a nossos colaboradores", disse Noel na transmissão.
João Alberto foi morto por dois seguranças do supermercado, após um desentendimento entre ele e um funcionário. A morte dele ocorreu na véspera do dia da Consciência Negra no Brasil (20) e gerou uma série de protestos por todo o país por ser mais uma morte de um negro ocasionada pela extrapolação do uso da força.
"O que aconteceu em nossa loja não representa quem somos e nem os nossos valores. 57% dos nossos funcionários são negros e negras. E mais de um terço dos gestores se declaram pretos ou pardos. Mas não é o bastante. Precisamos de mais ações concretas e efetivas para maior promoção da diversidade", completou Noel na gravação.
Esta não é a primeira vez que o Carrefour é alvo de críticas por atitudes polêmicas. Em 2018, um cachorro que estava em uma das unidades da rede foi morto por um funcionário após ter sido mandado se livrar do animal. Em julho deste ano, um funcionário teve um mal súbito e faleceu dentro do mercado, e para manter o funcionamento, seu corpo foi coberto com guarda-sóis para que os clientes não soubessem do ocorrido.