Embaixada da China emite nota de repúdio a Eduardo Bolsonaro
A Embaixada da China no Brasil emitiu uma nota de repúdio ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pelas declarações do filho do presidente Jair Bolsonaro em que acusa o país asiático de espionagem através de sua rede 5G, seguindo a onda de ataques infundados do presidente dos EUA, Donald Trump, que perdeu as eleições para o democrata Joe Biden.
As acusações de Eduardo foram feitas pelas redes sociais, mas os posts foram apagados posteriormente. O texto publicado pela Embaixada chinesa afirma que as declarações do deputado "não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Rel. Ext. da Câmara dos Deputados", antes de relacionar a fala de Eduardo a uma tentativa de seguir os "ditames dos EUA no uso abusivo do conceito de segurança nacional para caluniar a China e cercear as atividades de empresas chinesas."
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À época das acusações, Eduardo Bolsonaro mencionou a adesão simbólica do Brasil à Clean Network, iniciativa de Donald Trump no combate à entrada de empresas chinesas no mercado global de 5G. “O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, disse o filho do presidente na última segunda-feira (23), em post que também chama o Partido Comunista Chinês de “entidade agressiva e inimiga da liberdade”.
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"Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos", diz a nota de repúdio da China, que ainda argumenta sobre as iniciativas de transparência de dados como forma de afastar rumores sobre práticas ilegais de espionagem: "Como firme defensora da segurança cibernética internacional, a China lançou a Iniciativa Global sobre Segurança de Dados a fim de construir um ambiente digital de abertura, equidade, imparcialidade e não discriminação."
Ao final da nota, a Embaixada da China afirma que o Brasil poderá "arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil." caso não altere sua conduta de extrema direita baseada em desinformações e ataques infundados.