Eleições 2020: Candidatos de Bolsonaro perdem, mas o Centrão ainda tem força
A estreia do presidente Jair Bolsonaro como cabo eleitoral nas eleições municipais de 2020 foi marcada por derrotas, desde a perda precoce de Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo, onde Bruno Covas (PSDB) garantiu a vitória no segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL), até a esmagadora vitória de Eduardo Paes (Democratas) na disputa contra o atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), apoiado por Bolsonaro.
Outros candidatos que carregaram bandeiras ideológicas condizentes com a lógica política do presidente também perderam, como foi o caso do delegado Eguchi (Patriota), derrotado por Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém, do Capitão Wagner (Pros), que perdeu para José Sarto (PDT) em Fortaleza, e Abílio Júnior (Podemos), derrotado por Emanuel Pinheiro (MDB) em Cuiabá.
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Apesar das derrotas de Bolsonaro, os partidos que formam o chamado "Centrão" consolidam uma grande potência em Brasília e podem simbolizar um terreno de vantagens para o presidente na corrida pela reeleição em 2022, sobretudo porque os partidos de esquerda também não obtiveram grandes retornos positivos nas eleições que encerraram na votação do último domingo (29), sobretudo o PT.
O bloco tem força total para mobilizar eleitores e fornecerá um ambiente de combate pesado nas eleições presidenciais. Exatamente por isso, Bolsonaro foi aconselhado por auxiliares a manter uma postura de aceitação para que o governo federal junte suas forças com o Centrão. Desde o início das campanhas do segundo turno, o presidente já demonstrava distanciamento em relação às candidaturas, para que não fossem atiradas "derrotas desnecessárias" em seu colo.
PP e PSDB estão entre as legendas que mais cresceram nas eleições municipais deste ano, e ambas estão alinhadas com o Planalto no Congresso Nacional. No fim do balanço, as derrotas de Bolsonaro ainda fornecem vantagens para sua gestão.