Sergio Moro assume direção de empresa ligada à Odebrecht, investigada pela Lava Jato
A empresa de consultoria americana Alvarez & Marsal anunciou no último domingo (29) a contratação de Sergio Moro como novo diretor. O escritório é responsável por atuar na administração judicial da Odebrecht, empreiteira investigada pela Lava Jato, mas o ex-ministro da Justiça afirmou que não iria se pronunciar diretamente à imprensa, apesar de se manifestar sobre o assunto nas redes sociais.
"Ingresso nos quadros da renomada empresa de consultoria internacional Alvarez&Marsal para ajudar as empresas a fazer coisa certa, com políticas de integridade e anticorrupção. Não é advocacia, nem atuarei em casos de potencial conflito de interesses", disse Moro em publicação no Twitter que também conta com o link do anúncio realizado pela empresa.
"O Sr. Moro traz mais de 20 anos de experiência jurídica e investigativa, incluindo a atuação como Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil de 2019-2020. Como Ministro, ele desenvolveu programas especiais para reduzir crimes violentos, proteger as fronteiras do Brasil e foi responsável pela elaboração e promulgação de leis federais sobre apreensão e expropriação de ativos relacionados ao tráfico de drogas e outras atividades criminosas graves", descreve o texto da Alvarez & Marsal, que também cita a Lava Jato.
"Antes disso, o Sr. Moro atuou como Juiz Federal Brasileiro por mais de 20 anos. Durante seu mandato, ele atuou como juiz presidente em processos criminais complexos baseados no Brasil e internacionais, incluindo a Operação Lava Jato - uma investigação criminal massiva que começou como um caso de lavagem de dinheiro e evoluiu para uma repressão à corrupção de longo alcance envolvendo suborno e apropriação indébita de fundos públicos por altas autoridades políticas", diz o anúncio.
Moro anunciou sua demissão do Ministério da Justiça em abril, após discordar da decisão do presidente Jair Bolsonaro em substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado por Moro. "Presidente, eu não tenho nenhum problema em troca do diretor, mas eu preciso de uma causa, [como, por exemplo], um erro grave", disse o agora ex-ministro na época.