Governo confirma intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac
O Ministério da Saúde está em processo de conclusão da carta de intenção de compra da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O documento será entregue ao instituto brasileiro e para incluí-la oficialmente entre suas projeções no Programa Nacional de Imunização apresentado na última quarta-feira (16).
A decisão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, contraria as intenções do presidente Jair Bolsonaro, que repetidamente se manifestou compra a compra da CoronaVac, utilizando fatores ideológicos semelhantes aos discursos de Donald Trump nos EUA, isto é: os únicos argumentos de Bolsonaro contra a inclusão da vacina no programa giravam em torno da origem chinesa.
Pazuello chegou a ser contrariado publicamente por Bolsonaro, que desautorizou a compra da CoronaVac após o ministro afirmar, no dia anterior, que o imunizador seria incluso na lista de prováveis compras. "O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós", disse o presidente na época. Mais recentemente, Pazuello afirmou que compraria qualquer vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A entrega dos resultados dos testes finais da CoronaVac para a Anvisa está prevista para o próximo dia 23. O Instituto Butantan espera obter uma rápida liberação do órgão para que o registro definitivo seja feito e, assim, as logísticas para o início da campanha de vacinação iniciem oficialmente. No entanto, os documentos já chegarão com atraso, pois a primeira data de entrega era no último dia 15, mas o Butantan optou pelo adiamento para não fornecer margens para erros.