Falta de oxigênio transforma hospitais de Manaus em 'câmara de asfixia', diz pesquisador
Manaus está enfrentando uma fase delicada da pandemia de Covid-19, com profissionais de saúde denunciando a ausência de oxigênio nos hospitais e novas imagens mostrando uma situação caótica dentro das unidades de saúde da capital amazonense, incluindo cenas de cilindros de oxigênio sendo transportados em carros particulares e carregados às pressas por funcionários e civis. Para o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, os hospitais de Manaus se transformaram em câmaras de asfixia.
“Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque", disse Orellana. "Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia”, completou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Ainda de acordo com o pesquisador, os pacientes que conseguirem sobreviver à doença, poderão ficar com sequelas cerebrais permanentes devido à escassez de oxigênio.
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A Rede Amazônica, filiada à Globo, compareceu ao Hospital Universitário Getúlio Vargas na manhã desta quinta-feira (14) e presenciou cenas desesperadoras. A técnica de enfermagem aposentada Solange Batista, que está com a irmã internada no local, relata que há uma grande escassez de oxigênio na unidade, e que a transferência da irmã para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) foi cancelada devido à falta de insumo.
A principal empresa fornecedora de oxigênio para a capital informou na última semana que enfrenta dificuldades técnicas para suprir a demanda do insumo, que começa a chegar de outras regiões em aviões da Força Aérea Brasileira. Com a situação ficando cada vez pior, familiares que acompanham pacientes internados tentam adquirir cilindros de oxigênio informalmente.
A reportagem de Mônica Bergamo para a Folha também informa que o jornal procurou os profissionais da UTI do Hospital Getúlio Vargas para comentar sobre o assunto, e uma delas relatou, emocionada, que os pacientes estão recebendo oxigenação de forma natural, o que pode comprometer seriamente as chances de sobrevivência para os grupos que apresentarem casos mais graves de Covid-19. A oxigenação natural é feita através de método manual que dura até 20 minutos.